Incompetência confessa

Ainda ecoa a audiência pública sobre o novo sistema de ônibus coletivo para Mairiporã. A iniciativa foi da Prefeitura, através da Secretaria de Transporte e Mobilidade, realizada na noite de sexta-feira, 18, no prédio ‘milionário’ do Centro Educacional, cuja obra segue questionada na Justiça.
As explicações do prefeito Antônio Aiacyda, do secretário Daniel Augusto Ramos Ignácio e de dois vereadores (os outros onze não deram as caras), comprovaram de forma cabal que, se existe algum problema em relação aos serviços prestados pela Empresa de Transportes Mairiporã, eles são de responsabilidade única da Prefeitura. A empresa tem cumprido a sua parte.
O que lá foi dito é que os ônibus atrasam nos horários estabelecidos, que os veículos são sujos e faltam linhas. Quem tem que explicar isso são o prefeito e os vereadores. Se atrasa, como interveio um funcionário da ETM, é porque o trânsito da cidade é caótico (o secretário de Mobilidade disse que está buscando soluções), e que a sujeira nos ônibus deve ser credita às estradas de terra, empoeiradas e esburacadas que a Prefeitura, até hoje, não teve a pachorra de dar solução.
Mais não precisava ser dito. O plano apresentado é muito bonito, no papel. Precisa ser demonstrado na prática que funciona, que existe o custo-benefício e que as mudanças pretendidas pelos vereadores (sim, são eles os maiores interessados em ceifar a atual concessionária, por motivos que muitos conhecem a sobejo, mas impublicáveis) dependem mais do poder público do que da empresa que opera as linhas.
Este jornal não advoga em favor de quem quer que seja, muito menos da classe política que temos em Mairiporã. Mas também não pactua com desmandos e desejos ao sabor do vento dos vereadores e do prefeito, que se furtam às suas responsabilidades e as transferem a terceiros.
A ETM se comparada a maioria das empresas que atuam em centenas de cidades do Estado de São Paulo, nada lhes fica a dever.
Criticar os serviços oferecidos é fruto de interesses pessoais que os politicos sempre colocaram acima dos da sociedade mairiporanense.
Esse assunto de trocar a empresa que presta serviço de transporte coletivo na cidade é velho, a cada nova composição legislativa o assunto bem à tona e usam-se todos os expedientes que os parlamentares tem à mão.
O ônibus da alegria, de onde desembarcaram centenas de cabos eleitorais e apadrinhados políticos que sugam o dinheiro público sob as benções do prefeito e dos vereadores, não faz parte da frota da concessionária que opera no município. Desse tipo de transporte, que o povo paga carissimo, nem o prefeito, muito menos os vereadores falam. Quem se recusa a discutir assuntos ainda mais importantes, como saúde, mobilidade urbana, segurança das famílias e saneamento básico, mas apenas e tão somente aqueles que lhes interessa politicamente, não serve para a vida pública.