Hospital e os semáforos

Há uma distância entre o que promete o prefeito e aquilo que de fato é concretizado. As promessas de campanha de Antônio Aiacyda foram muitas, porém quase nada saiu do papel. Como em suas administrações anteriores, foca as ações em concretar ruas.
O prefeito recebeu da gestão anterior um hospital amplo, moderno, com instalações propícias para ofertar uma saúde digna e um atendimento que é aguardado por décadas pela população. O hospital não foi aberto e o local se transformou em depósito da Prefeitura.
No ano passado, em plena efervescência eleitoral, Aiacyda decidiu apoiar o candidato à reeleição ao governo do Estado Márcio França, e em troca recebeu a promessa, através de um decreto, de que o hospital seria transformado em AME (Ambulatório Médico de Especialidades), passando o imóvel para a propriedade do governo do Estado.
Terminada a eleição, que acabou perdendo, e vencido o primeiro ano do novo de João Dória à frente do Palácio dos Bandeirantes, o hospital não foi reaberto e o AME não foi instalado. Enquanto isso, a Prefeitura vive alimentando ilusões através de seu site.
A falta de estrutura na área da Saúde é coisa de trinta anos, no mínimo. O Hospital e Maternidade Mairiporã, com todas as suas dificuldades, é quem arca, como pode, com o atendimento aos que necessitam da saúde pública, que vem a ser a maioria no município.
A questão envolvendo a Saúde não está só dentre aquilo que o governo promete, mas que não realiza.
Na quarta-feira, o prefeito voltou a experimentar os semáforos na principal avenida da cidade e em suas transversais, e novamente o que se viu foi um caos. Ruas entupidas de carros, população ‘emputecida’ (o termo é esse mesmo), tráfego lento, ou seja, um repeteco de tudo aquilo que se viu da primeira vez.
Dissemos aqui mesmo neste espaço, dezenas de vezes, que a cidade precisa de um plano de mobilidade urbana elaborado por quem entende do assunto. Do tipo engenheiros de tráfego. Os governos da cidade tem a pretensão de achar que sabem de tudo. O resultado é que amadores e curiosos dão palpites que acabam sendo levado a cabo.
Em meio a tudo isso, uma certeza: o prefeito não se cerca de uma assessoria competente, evita nomear técnicos nas principais secretarias com comprovada experiência, pois dá preferência a correligionários políticos, e o resultado é esse que todos têm visto desde que assumiu a Prefeitura para um terceiro mandato: uma população cansada dos mandos e desmandos cometidos em seu nome.