Guerra suja? 

Encerrada a fase de filiação partidária, que praticamente definiu quem será candidato em outubro, ainda que um ou outro ajuste seja feito durante as outras etapas eleitorais, é perceptível que o ambiente político começa a se agitar, e o início oficial da campanha foi antecipada desde o final do ano passado. 

Todo aquele receituário de que a democracia seja exercida em sua plenitude, pautada por propostas construtivas e debates que esclareçam os moradores, aliado ao fim dos ataques rasteiros e as fake news, não será observado, ao contrário, já está com a gaveta devidamente aberta. 

Em toda eleição, particularmente em nível municipal, os candidatos não são adversários, são inimigos. Isso vem de longe. Diálogos produtivos e respeitosos dão lugar a uma guerra suja que se intensificou e ficou mais renhida desde o final dos anos 1990. Políticos só se aliam quando interesses estritamente pessoais e vantajosos estão em jogo. 

Ainda é cedo para afirmar qual o número exato de candidatos a prefeito, mas ao menos dois são certos. Outros dois fazem uso da célebre frase da obra Hamlet, de Shakespeare: “ser ou não ser, eis a questão”. Num dia afirmam a intenção de concorrer e, noutro, negam essa possibilidade. 

Seja como for, dois ou quatro, é imperioso que o eleitor esteja vacinado contra toda aquela sujeira que será espalhada pelas redes sociais. Em eleição, 90% do que é postado é mentira, ou para os mais moderninhos, fake news. 

Inicia agora o período em que o eleitor é o sonho de consumo dos políticos, notadamente daqueles que já estiveram no poder, cujos desempenhos foram medíocres, com resultados perniciosos à cidade. Ainda assim, querem voltar. 

Além do prefeito e vice, 13 vereadores serão eleitos. O número de candidatos este ano será menor, 14 por partido, ao invés de 20, e estima-se que o número de legendas também será restrito. 

A cidade não tem dado sorte com seus legisladores. Trocas que chegam a 50% da composição da Câmara têm sido feitas pelo eleitor a cada quatro anos, mas os resultados continuam ruins. 

Seria salutar para toda a cidade priorizar o debate de ideias e deixar de lado os ataques pessoais e a retórica divisionista. Mas alguém acredita que isso vá ocorrer?