Gripe

Há dois domingos eu estava assistindo televisão normalmente até que, de repente, ela veio: uma leve dor no corpo, uma sensação estranha na garganta, uma dor de cabeça… Foi então que percebi que sim, eu estava gripado.
Geralmente, antes de aparecer, a gripe manda alguns sinais para avisar de sua chegada. Tanto que não é estranho ouvir a frase “acho que estou ficando gripado”. Mas dessa vez foi diferente. Ela entrou em casa sem bater na porta e nem ao menos tocar a campainha. Em questão de um minuto, fui da normalidade saudável às dores e tosses.
De primeiro momento, achei que não era possível. Devia ser algum mal-estar passageiro, daquelas coisas que você sente e logo esquece. Tomei um remedinho só para garantir e segui minha vida. Já era noite, horário de tomar banho e dormir aquele sono doloroso que separa o domingo da segunda-feira.
Quando acordei, vi que o buraco era um pouquinho mais fundo. Isso porque estava me sentindo pior ainda do que no dia anterior. O corpo fraco e a cabeça que só faltava explodir, aquela sensação incômoda que a gente nunca sabe explicar, mas está ali. Resolvi ficar em casa, confiando que os remédios me renovariam para o dia seguinte. Outro grande engano, já que na terça-feira nem voz eu tinha para falar por problemas na garganta. Uma, duas, três daquelas pastilhas para garganta não chegaram nem perto de resolver a situação.
A gripe pegou na minha mão e não soltava de jeito nenhum. Semana vai, semana vem, todo dia se manifestava algum sintoma diferente. Ela fazia questão de me recordar a sua presença até nos momentos mais inusitados: dentro do ônibus, saindo de uma aula, indo ao banheiro. E assim foram os últimos 14 dias.
Se tudo aquilo que é bom dura pouco, tudo que é ruim pode durar um pouquinho mais, porém não dura para sempre. Não posso dizer que estou completamente livre dela, mas a gripe já começou a arrumar suas malas e se despedir. Espero que não volte tão cedo.