ATRAVÉS do facebook oficial, a Prefeitura anunciou uma nova troca na empresa responsável pela coleta de lixo da cidade. É a terceira, em dois anos, dez meses e quinze dias de administração do prefeito Antônio Aiacyda.
Segundo o comunicado oficial, a empresa Quality, sediada em Francisco Morato, descumpriu o contrato assinado em março último, pelo período de um ano, o que levou ao rompimento do acordo.
Na sessão da Câmara de terça-feira, 19, vereadores que integram a base governista disseram que o preço pactuado quando do certame licitatório que teve a Quality como vencedora, de R$ 8 milhões (R$ 3 milhões a menos do que era pago à antecessora), deve ter sido o responsável pela recisão, pois os R$ 300,00 por tonelada são insuficientes para cobrir os custos da empresa. O vereador da Serra disse ainda que possivelmente a Quality nem tenha feito visita técnica, uma exigência do edital que foi descumprida.
Essa nova ruptura no serviço de coleta de lixo tem muito a ver com a incompetência do gestor. Ao firmar contrato para o pagamento anual de R$ 8 milhões, quando a empresa anterior, que deu no pé, recebia R$ 11 milhões, algo estava errado e era obrigação da Prefeitura (prefeito e secretários) avaliar as condições da empresa e se suportaria cumprir o que foi acordado.
Com nova paralisação na coleta (a primeira, mais grave, foi quando a Construban resolveu encerrar suas atividades no município) a Prefeitura se viu agora obrigada a fazer uma contratação emergencial, ou seja, sem licitação. A escolhida foi a Nova Opção, empresa fundada recentemente, em 2012, na cidade de Suzano e não são conhecidos maiores detalhes, como tempo de duração da emergência, valores, etc.
2013 – A história do lixo em Mairiporã é mal cheirosa há muito tempo. Outros prefeitos também se viram metidos com essa questão. Mas três empresas, em menos de três anos de administração, é a primeira vez.
A Construban foi escolhida em 2013, no governo Márcio Pampuri, e deveria ter saído junto com ele, mas o contrato foi esticado até 2019. O atual governo, ao assumir em 2017, recebeu a empresa com ainda dois de contrato a cumprir.
No início deste ano a Construban decidiu paralisar os serviços e a cidade ficou semanas sem recolher o lixo, o que causou problemas para a população.
O rompimento do contrato não está bem explicado até agora. É o que diz o vereadfor Doriedson Freitas, que na sessão desta semana informou que vai propor uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) acerca dessa relação entre o governo Aiacyda e a Construban.
Em março último, a Quality Construtora e Saneamento, venceu a licitação para coletar resíduos sólidos, mas o insólito foi ter apresentado um valor abaixo do que vinha sendo pago. A Construban recebia R$ 11 milhões anuais e a Quality disse que faria o mesmo trabalho por R$ 8 milhões. E deu no que deu, ou seja, a empresa não aguentou e também deixou de operar na cidade.
Agora vem a Nova Opção, em condições desconhecidas, contratada de forma emergencial. O prefeito, por dever de ofício, deve informar toda a cidade o quanto será pago à nova empresa e se isso não irá impactar os cofres públicos ou fazer com que a Nova Opção também abandone o barco mais adiante.
Também por dever de ofício, o Ministério Público deveria intervir em todo esse processo e colher subsídios para esclarecer todo esse imbróglio envolvendo um serviço caro aos cofres municipais e punir, se for o caso e responsáveis existirem, eventuais erros nas contratações e pagamentos efetuados.