Gastos serão menores?  

 Um dos ingredientes mais controversos da política partidária brasileira é o denominado fundo eleitoral, que sustenta as agremiações e seus integrantes com o dinheiro do povo. E que dinheiro, é bom destacar. São R$ 5 bilhões, para bancar a existência dessas siglas e o financiamento das campanhas eleitorais.

Muito diferente do que disse Gleisi Hoffmann, do PT, no final do ano passado, o fundo eleitoral não está “bancando a democracia”, mas apenas saciando a fome de políticos, que em última análise, se locupletam do dinheiro público, que de público não tem nada, é dinheiro do bolso do contribuinte.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda não divulgou qual será o gasto permitido nas eleições deste ano, o que deve ocorrer em julho. Mas seja como for, a estimativa para Mairiporã é que essa dinheirama será menor em relação a outros pleitos.

Esse cálculo é possível diante da redução do número de candidatos a vereador (eram 20 por sigla e agora são 14), e a queda no número de partidos aptos à disputa. Desta vez, segundo o Cartório Eleitoral da cidade, são apenas 13 legendas, das 29 que têm registro no órgão superior eleitoral.

Em ambos os casos, não deixa de ser uma boa notícia, pois a distribuição dessa dinheirama, de responsabilidade dos diretórios nacionais, foi transformada em um componente a mais da corrupção que grassa na política brasileira. Até as eleições de 2022, o repertório para justificar gastos foi expressivo: desde candidatas laranjas, que não receberam votos, mas teriam recebido financiamento de campanha, até contas que não foram aprovadas pelo TSE. Nesse particular, dinheiro de fundo eleitoral e eleição passaram a ser sinônimos de ‘vale-tudo’.

Com as alterações feitas, é provável que as eleições municipais tenham menor custo, considerando o período dos últimos vinte anos.

Seja como for, com muito ou pouco recurso, é um absurdo que a população banque não só as campanhas, mas o custo das instituições, que ao longo dos séculos têm respondido negativamente às aspirações daqueles que as financiam.

Os políticos pouco se importam com os parcos recursos para a Saúde, a Segurança, o Transporte, a Educação. O que não pode é diminuir a dinheirama do Fundo Eleitoral e as facilidades que ela propicia aos nossos ‘solertes representantes’.