Frota de veículos de Mairiporã é a mais antiga dos últimos seis anos

ESTATÍSTICAS do Detran-SP, divulgadas a pedido da Correio, revelam que a frota de veículos em Bragança está ficando cada vez mais velha. Segundo os dados do órgão, em seis anos, o número de veículos com dez anos ou mais de fabricação rodando pelas ruas cresceu 55,41% do total da frota. Em 2012, eram 22.957 veículos antigos entre os 40.690 registrados na cidade.
Em março de 2018, já eram 35.679 carros com ao menos uma década de uso, do total de 51.270 mil em circulação. No Estado, a situação não é diferente: a proporção de veículos antigos cresceu de 53% para 64% em seis anos.
Uma das explicações para o envelhecimento da frota em tão pouco tempo, segundo o Detran, é a crise econômica, que teve início em meados de 2014. De 2012 para cá, não houve um ano em que a proporção de veículos com dez anos ou mais de fabricação decrescesse, o que aponta para uma tendência de envelhecimento, tendência que preocupa as autoridades.
Aliado a esse quadro, outro problema deste fenômeno é que a falta de dinheiro em meio à crise também reflete na má conservação dos veículos, pois quem não tem recursos financeiros para comprar carro novo também não consegue investir nas manutenções preventivas, ingrediente que contribui para a ocorrência de acidentes.
Dentre os problemas pela falta de manutenção destacam-se falhas nos freios, que geram colisões traseiras ou até mesmo atropelamentos de pedestres e a quebra constante do veículo. Em vias de maior tráfego, provoca não apenas congestionamentos, mas também risco de colisões.
Imprudência – Os especialistas em trânsito e mobilidade enfatizam que quase a totalidade dos acidentes fatais na zona urbana é resultado de imprudência dos motoristas e não de falhas mecânicas. Já nas rodovias, onde a velocidade dos veículos é maior, a ausência de iluminação traseira no período noturno, quando o alcance visual fica limitado, pode ser fatal.
Dizem, no entanto, que um veículo ser antigo pode não estar, necessariamente, em mau estado de conservação, mas que modelos fabricados em décadas passadas não possuem os mesmos itens de segurança dos carros atuais. Airbag e freios ABS, por exemplo, que são obrigatórios para carros fabricados no Brasil desde 2014.
Outra vantagem é que equipamentos mais modernos, como lanternas de LED, têm maior durabilidade e, portanto, demandam menos manutenção, inovações tecnológicas que reduzem a gravidade de vitimização das pessoas. Mas, se a pessoa possui um veículo de poucos anos de uso e não providencia a devida manutenção ou não respeita as regras de trânsito, pode se envolver em acidentes da mesma forma.
Nas ruas – Na zona urbana, o problema mais recorrente flagrado nos veículos antigos são pneus desgastados, cuja estrutura de arame já está aparente, o que dificulta uma frenagem, principalmente em dia de chuva, com pista molhada.
Nas abordagens rotineiras, policiais verificam, além da documentação do veículo e do condutor, as condições do sistema de iluminação e aspectos gerais, como danos nos vidros e problemas no fechamento de portas. Dependendo do tipo de irregularidade, a infração é considerada média ou grave, com retenção do documento e multa ou até mesmo recolhimento do veículo, quando houver risco iminente à segurança no trânsito.
Para os especialistas, há um contrassenso nesse quadro, pois em algumas situações regularizar a documentação e pagar manutenção tem custo mais elevado que o valor do próprio veículo. E concluem dizendo que embora ele possa ser um instrumento de trabalho, uma necessidade para a locomoção da família, não há que se relativizar quando se está lidando com risco de vida.