Fim melancólico dos vereadores

Chegou ao fim o mandato dos vereadores eleitos em 2012. Fim melancólico, bom que se frise. Passam para a história da cidade com um currículo negativo jamais registrado em outros tempos, quiçá desde o Império. Um dos indícios dessa constatação saiu das urnas, com uma renovação que não ocorria há pelos menos 16 anos.

Frustração e arrependimento foram os sentimentos do povo ao eleger a composição que se encerrou, mas que ainda deixou seis de seus componentes por mais quatro anos.

O comportamento dos vereadores, de um servilismo abominável, resultou em ausência total de oposição, ainda que um ou dois, apenas por interesse meramente eleitoral, fingiram esse tipo de postura. O povo não se enganou, o povo foi enganado ao acreditar que o Poder Legislativo finalmente deixaria de ser um mero órgão de referendo das decisões do Executivo. Para a sorte da cidade, o governo do prefeito Marcio Pampuri acertou bem mais do que errou.

Não é de hoje que o interesse dos parlamentares, em todos os níveis de governo, se limita aos próprios umbigos. As poucas soluções em benefício da coletividade são ofertadas como se fossem favores ao cidadão. O que conta é o interesse pessoal, o compadrio e os conchavos, além da farta nomeação de cabos eleitorais em cargos comissionados nos dois poderes. O objetivo maior, que é o de governar para o cidadão, não fez parte da cartilha daqueles que deveriam honrar o mandato e, de fato e de direito, constituírem-se em ‘representantes do povo’.

A Câmara não cumpriu sua obrigação de fiscalizar. Achou mais fácil o referendo de projetos e pior, sem ao menos discuti-los. Alguns deram um atestado de irrelevância ao final de seus mandatos e não vão deixar saudade.

Aos vereadores empossados no dia 1º de janeiro fica o desejo de que esses neófitos aprendam a lição e desempenhem fielmente a função para a qual foram eleitos, que tenham personalidade própria para não sucumbir a desejos alheios, a egos exacerbados e que ignorem a vontade e a soberania popular.

Que Deus salve Mairiporã!

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