A mais antiga modalidade de venda de produtos diretamente ao consumidor, as feiras livres atravessam décadas sobrevivendo em todas as cidades, das maiores às menores, graças à fidelidade dos fregueses, principalmente aposentados e pensionistas. O aumento de supermercados e hortifrutis causou certo impacto, mas algumas opções, como pastéis fritos na hora, mantêm a sobrevivência desse tipo de comércio.
As barracas de frutas, legumes, verduras, pescados, temperos ou o pastel com caldo de cana, também cooptaram jovens, assim como quem compra (com prestação semanal) roupas (adultos e crianças), doces, brinquedos, produtos de cosmética, plantas, utilidades domésticas, com direito a consertos de panelas, enfim, uma gama de serviços e produtos que resistem ao tempo.
Em Mairiporã a feira livre é realizada aos sábados, no Espaço Cultural Paulo Serralvo, e hoje conta com 46 comerciantes.
Alguns feirantes chegam às 5 horas para montar a banca, cujo movimento é maior entre 6h30 e 10 horas. Os idosos são maioria, por uma questão de costume, e começam a chegar antes, às 6 horas.
A reportagem, no último sábado, conversou com a aposentada Rosa Bueno da Silva, 65 anos, que frequenta a feira semanalmente, mas diz que também vai ao supermercado. Alguns produtos, porém, ela prefere comprar na feira. “Venho à feira há mais de 30 anos, aproveito para caminhar, passear, ver as pessoas, enfim, é uma rotina que faz bem e nos permite encontrar os amigos que a gente não vê no dia a dia”.
Para outra assídua frequentadora, Maria Aparecida Ferreira, de 62 anos, não existe nada melhor do que usar o carrinho de feira para transportar os produtos. “Venho porque eu gosto de feira, não é longe da minha casa, então venho com meu carrinho e compro tudo o que eu preciso. Mas gosto de vir bem cedo”, explicou.
Embora a tecnologia tenha facilitado a vida das pessoas na hora de comprar, a feira livre ainda é um costume, um hábito que deverá continuar por longos anos. (Lúcia Helena/CJ – Foto: Correio Imagem)