A Confederação Nacional do Transporte (CNT), como faz todos os anos, divulgou na quinta-feira (2) a Pesquisa CNT de Rodovias 2021, com o ranking de todas as estradas (públicas ou sob concessão). Os resultados apontaram que 23,1% dos trechos avaliados tiveram classificação de Ruins ou Péssimos, ao passo que, em 2019, esse índice era de 24,4%. Não houve pesquisa em 2020 por causa da pandemia.
O levantamento observou, entretanto, que a malha rodoviária brasileira classificada como Regular, Ruim ou Péssima cresceu de 59% em 2019 para 61,8% em 2021 e definiu isso como uma “preocupante queda de qualidade” principalmente porque, desse percentual, 91% são de rodovias públicas.
Disse o presidente da CNT, Vander Costa, em nota, que “os resultados da Pesquisa CNT de Rodovias 2021 mostram um cenário de preocupante queda da qualidade das rodovias brasileiras, questão que precisa ser enfrentada com grande rapidez e assertividade. A forte retomada de investimentos é urgente e necessária para prover ao país uma malha rodoviária mais moderna e eficiente, condição indispensável para a promoção do desenvolvimento”, assinalou.
Em 2021, foram avaliados um total de 23.636 quilômetros de rodovias sob gestão concedida e 85.467 sob gestão pública. Entre as de gestão concedida, a avaliação geral foi de 29% para Ótimo, 45,2% para Bom, 23,3% para Regular, 2,3% para Ruim e 0,2% para Péssimo.
Já entre as administradas pelo poder público, a avaliação foi de 4,4% para Ótimo, 23,8% para Bom, 43% para Regular, 20,1% para Ruim e 8,7% para Péssimo.
Em comparação com os dados de 2019, é possível observar que, entre as rodovias administradas pela iniciativa privada, o trecho aferido como Ótimo e Bom permaneceu quase igual, caindo de 74,7% para 74,2% este ano.
A queda foi mais acentuada nas rodovias públicas, com o trecho avaliado como Ótimo e Bom descendo de 32,5% em 2019 para 28,2% em 2021. No entanto, somando os dois tipos de rodovias, essas quedas foram amenizadas pelo crescimento da avaliação Regular de 34,6% em 2019 para 38,7% em 2021.
A pesquisa analisou três características: Pavimento, Sinalização e Geometria da Via, com notas sendo aplicadas dentro das cinco avaliações citadas. Dentre as cinco regiões brasileiras, a Norte teve as piores avaliações, com 39,3% dos trechos sendo considerados Ruins ou Péssimos e apenas 22,2% como Bons ou Ótimos.
O Sudeste teve as melhores avaliações, com 19,7% de trechos Ruins ou Péssimos e 48,9% de Bons ou Ótimos.
As melhores – As 14 melhores estradas no ranking nacional são todas estaduais e do Estado de São Paulo.
A Rodovia Fernão Dias, de jurisdição federal e concessionada à empresa Arteris, que passa por Guarulhos, Mairiporã, Atibaia, Bragança Paulista e Vargem em território paulista, e liga São Paulo a Belo Horizonte, apareceu apenas na 108ª posição, cujo trecho avaliado foi entre Vargem e São Paulo, na extensão total de 94 quilômetros, com o conceito de bom. (Da Reportagem – Foto: Divulgação)