Feira Estudantil de Artes

Na última semana o barracão da cultura abriu as portas para o clima do ensino médio. Por lá se encontraram, além de diversos alunos das escolas locais, públicas e privadas, também vários professores e dirigente de ensino, além é claro, de uma galera talentosa em áreas como poesia, fotografia, artes visuais, música e dança.

O evento, no formato de concurso e incentivo aos talentos, realmente funcionou como uma retomada neste aspecto e me fez lembrar das coletâneas de poesia do início dos anos noventa e que me fizeram despertar também a vontade de escrever. Além de conduzir a oratória para as apresentações e premiações, também tive a honra de ser um dos jurados.

Importante parabenizar essa geração. Confesso que fiquei bastante surpreso com o que li, ouvi e vi por lá. Está chegando uma turminha boa demais e com certeza fará a diferença. No aspecto poesia, a vencedora foi uma menina excelente chamada: Fraylla. Com o poema entitulado “Retratos da Solidão: A mais presente das Emoções”, a aluna conseguiu transpor em palavras uma forte poeticidade que conquistou a mim e aos outros jurados. Foi difícil, já que asseguro que tudo foi de alto nível. Tenho certeza de que ainda ouviremos muito a respeito do sucesso desses jovens que lá estiveram e a Cultura de Mairiporã, vai bem obrigado!

Quando eu via aqueles meninos em pé com a folha segura em mãos trêmulas, me lembrei de estar no lugar deles. O nervosismo de ler uns versos tentando até mesmo decorar. Fez muita diferença na minha vida ter sido incentivado a ler e me desenvolver na escrita. A oratória veio pronta como um dom que se somou a minha cara de pau de forma que aos poucos fui vencendo a timidez para falar o que era necessário em cada momento.

Este mês cheguei ao vigésimo segundo aniversário de quando iniciei a carreira no magistério. Entrei pela porta sendo chamado de professor quando ainda era muito jovem e inexperiente, mas suportei todos os minutos para o amadurecimento. A aprendizagem nunca termina, pois não nascemos prontos e nunca é possível estar completo.

Eu achando que iria ajudar a realização do evento e na verdade o evento é que foi um diferencial para mim. O ano que vem, com certeza, ocorrerá a segunda edição. Sei que há muitos estudantes que possuem o amor pelas artes. Eu mencionei a poesia pois estive mais próximo, mas é importante lembrar que há espaço para os que gostam de fotografar, pintar em telas, cantar, tocar instrumentos e dançar.

O importante é manifestar seus dotes artísticos de modo a transbordar o íntimo criando expressividade para a alma. Parabenizo aos organizadores, participantes e aos professores pelo incentivo.

 

Luís Alberto de Moraes – @luis.alb – Autor do livro “Costurando o Tempo – dos Caminhos que Passei”