No frio, acordar é mais difícil, levantar da cama é mais difícil, trocar de roupa é mais difícil. Tomar banho então, nem se fala… Mesmo assim, muitas pessoas insistem em dizer que amam o frio, possuem uma verdadeira paixão por esse tipo de clima e não se incomodam com as sensações não tão boas que ele trás. Não consigo entender.
Nunca odiei o frio – inclusive, costumava ser um desses “adoradores do frio” até não muito tempo atrás. Acontece que, nos últimos meses, o frio não vem me trazendo apenas a impressão de que poderei, a qualquer momento, congelar para todo o sempre, mas também uma série de gripes e dores de cabeça. A culpa não é tanto do frio em si, mas da mudança climática brusca, típica do Brasil: aqueles dias nos quais a gente acorda sob o gelo do Polo Norte e, quando chega a tarde, está fritando sob o sol do Saara.
Essa mudança repentina gera efeitos na saúde, isso é inegável. Além disso, tem ainda a falta de umidade, que irrita os narizes mais sensíveis, gera sede, descasca as bocas. O problema fica ainda pior na hora de escolher a roupa para sair de casa: se escolho algo para o frio, vou passar calor à tarde. Se escolho algo para o calor, vou passar frio durante a manhã; geralmente, eu opto pela segunda opção.
Dia desses, uma amiga disse que estava feliz por estar chovendo, outra coisa que não consigo entender. Tudo bem, a chuva trás sim seus benefícios, dá uma acalmada no calor, mas não deixa de ser angustiante a ideia de não poder sair de casa sem ser atingido por ela. Por falar em calor, esse também não é do meu total agrado. Ninguém merece acordar suando, não conseguir dormir por causa da temperatura (sem falar dos mosquitos) ou sentir o sol queimando até o último fio de cabelo enquanto andamos pela rua.
Nem um, nem outro: não sou partidário do frio, muito menos do calor. Prefiro o clima ameno, morno. O “nem lá, nem cá”. O sol que alegra, aquece, mas não esquenta. O céu azul com poucas nuvens. O vento que vem para refrescar e não para congelar.