Falta tudo, principalmente bom senso

A chegada da pandemia do coronavírus ao Brasil escancarou não apenas a fragilidade e indignidade da área da Saúde, como o desconhecimento total sobre a doença.

À reboque dessa questão científica, temos políticos e governantes mais perdidos, como se dizia antigamente, ‘que cego em tiroteio’.

Trazendo a questão para Mairiporã, o abre e fecha do comércio e outros setores da economia virou confusão generalizada. Se consideradas as interpretações jurídicas, diferentes dependendo do lugar e da força política, o quadro fica ainda mais bagunçado.

Em São Paulo, na Baixada Santista e em parte da região do ABC a Justiça permitiu a abertura do comércio. Justamente três regiões do Estado com maiores registros de casos e mortes pelo Covid-19.

Em nossa cidade, com números baixos tanto de mortes quanto de casos confirmados, não pode. A Prefeitura, que até outro dia se orientou com base nas decisões do Governo de São Paulo, mandou abrir. Dois dias depois, o Judiciário mandou fechar. Em meio a toda essa confusão, milhares de trabalhadores demitidos, lojas encerrando atividade, prédios alugados sendo devolvidos aos proprietários e um futuro que se desenha sombrio.

Ao não permitir o funcionamento do comércio local as autoridades obrigam os cidadãos a buscar aquilo de que precisa em São Paulo, o que aumenta as chances de pessoas infectadas.

Em todo esse processo envolvendo a economia de Mairiporã, faltou coerência e não há que se ficar calado. A Prefeitura não disse, pelo menos publicamente, se recorreu da decisão do Judiciário em favor da população e dos comerciantes.

Desde o início da pandemia não houve qualquer critério para o funcionamento das atividades econômicas. Não foram levados em conta o cotidiano da cidade e suas características. Apenas classificaram Mairiporã como se fosse o foco da doença.

Em se tratando de coronavírus, faltou tudo, principalmente bom senso.