Falta de credibilidade

Conversando outro dia numa roda de amigos, ouvi de um deles que o Poder Legislativo no Brasil (Senado, Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores) sofre do mal chamado credibilidade. É espantoso como em todos eles a inércia reina e quando instados a responder críticas, principalmente com trabalho, preferem a omissão, como se isso resolvesse os problemas de ambos: representantes e representados.
Em 2016 Mairiporã assistiu a uma troca de vereadores de há muito não vista. O eleitor cansou de alguns vereadores que transformaram o cargo em profissão. Ou seja, aquela pasmaceira de doze, dezesseis anos, acabou.
Desta vez os vereadores da composição atual não vão conseguir ficar tanto tempo assim no cargo. Isso só não acontecerá se houver mudança radical na postura. A crise de identidade vista nos primeiros dois anos é um indicativo de que o eleitor vai colocar boa parte deles na rua em 2020. Dois, com certeza, não vão ter o direito nem de disputar a reeleição, pois estão com contas reprovadas. Dos 11 restantes, pelo menos sete, neste instante, teriam dificuldade em se reeleger.
É visível que nossos vereadores fogem de polêmicas e o plenário, que já era um balcão de homenagens, institucionalizou a perfumaria. Em plena discussão do Orçamento para o ano que vem, arrumaram tempo para aprovar mais um título de cidadania. A quem? Não importa. Apenas mais um nome para a extensa lista de homenageados por interesses políticos.
E nesse andar da carruagem os nossos ‘sensíveis’ parlamentares se preparam para 47 dias de recesso regimental. Que no retorno, antes do Carnaval, tenham a coragem e a consciência de mudar pautas de ‘não-me-toques’, que constrangem, por outras que realmente incluam e beneficiem a sociedade. Sem isso, certamente os candidatos ‘branco’ e ‘nulo’ vão ser os vitoriosos em 2020.