Ex-vereador Aladim fala sobre possível pré-candidatura a prefeito

“O difícil é buscar alternativas para fazer melhor!”

Nome especulado como possível pré-candidato a prefeito de Mairiporã nas eleições do ano que vem, o ex-vereador Walid Ali Hamid, mais conhecido por Aladim, conversou com a reportagem do Correio sobre temas importantes para a cidade e se realmente vai levar adiante a idéia da candidatura.
Antes mesmo de responder as perguntas, Aladim enfatizou que as prefeituras, de modo geral, estão com seus orçamentos comprometidos e por isso mesmo o sucesso ou fracasso de uma administração depende, em grande parte, da habilidade do mandatário em buscar recursos em outras instâncias, montar um secretariado de gestores, não de amigos, e que a cidade clama por um administrador, na acepção do termo, para conduzi-la ao desenvolvimento.

Correio Juquery (CJ) – Por que quer ser prefeito?
Aladim – Ser prefeito não é bem para quem quer, tem que estar credenciado. Se credencia tendo comprometimento com as pessoas, conhecendo bem todas as realidades. Quem se dispõe a ser prefeito tem que ter a capacidade de relacionar-se com as instâncias fora da cidade. Ser prefeito não é só administrar, não é fazer só o que é rotineiro. É ir além, fazer melhor do que alguém imagina que deveria. O que é fácil fazer as pessoas já fizeram, o difícil é buscar alternativas para fazer melhor. Para ser prefeito é preciso ganhar essa credibilidade, ter o comprometimento e, historicamente, a habilidade para se envolver com o Estado e a União.
CJ – Quais os principais problemas da cidade hoje?
Aladim – São muitos e todos acabam sendo importantes para a população. As coisas da família são as principais, tudo aquilo que a afeta, como a questão da creche, pois pais e mães precisam trabalhar para trazer o sustento para dentro de casa, e hoje estão impedidos por não encontrarem vagas; trazer escola em tempo integral; famílias de pessoas com deficiência que necessitam de apoio, ou seja, ações cujo conjunto dá estabilidade e que o pai e a mãe conseguem enxergar para o filho um futuro melhor. Existem programas que podem e devem ser implementados em benefício das famílias, e que até agora não foram.
SAÚDE – Essa área nunca foi tratada como prioridade em Mairiporã. Hoje fala-se em novo hospital e em AME. Ambos são importantes, pois a população precisa de saúde e atendimento digno. É triste saber que temos um prédio vazio, como é o caso do Anjo Gabriel. O povo com certeza está cansado de promessas e desculpas. Enquanto isso as pessoas precisam de meses para conseguir uma consulta, fazer exames. Na contramão, ficamos conhecidos nacionalmente como o lugar com maior número de casos e pessoas mortas pela febre amarela. Talvez tenha faltado prevenção e atendimento adequado. Quantos casos graves que poderiam ser atendidos em um hospital aqui, mas que não foram e aguardaram por dias por chance mínima de transferência para outros municípios. O povo de Mairiporã não merece esse descaso. É revoltante! Eu não quero ficar vendo propaganda em revista. Quero ter para onde ir ou onde levar os meus filhos, no dia em que surgir alguma emergência.
EMPREGO – A falta de emprego na cidade é absurda. É desesperador ver os nossos jovens sem a chance do primeiro ofício, da primeira oportunidade. Mesmo quem tem experiência, quase nunca tem espaço para trabalhar. Aumentar IPTU e sair multando a população no trânsito não desenvolve cidade nenhuma. Meu sonho é criar um complexo industrial, Mairiporã é terra de gente guerreira, que acorda cedo e vai à luta. É preciso varrer o coronelismo político, os monopólios e dar a esse povo a chance de se desenvolver e de colocar nossa cidade no lugar que ela merece, sem depender de favores. Vejo o sofrimento que é essa busca de milhares de mairiporanenses que estão desempregados e em dificuldade para manter minimamente a família com dignidade, colocar o pão de cada dia na mesa.
SEGURANÇA – Minha avaliação é que vivemos o maior período de insegurança possível. Haja vista o número de carros roubados, assaltos e homicídios. Coibir isso passa por articulações junto ao Governo do Estado, com aumento do efetivo policial e apoio da Guarda Civil. Os comerciantes e os moradores não estão tranquilos e penso que unir forças com o Estado traria os resultados que necessitamos no combate à criminalidade. Prevenção e força policial inibem criminosos.
POLÍTICA – Na cidade o que se pratica é a  velha política! A dos favores, do nepotismo e da imoralidade ao lidar com coisa pública, como se fosse dono dela. A população não é mais boba e quem se acha dono da cidade já dever ter recebido sinais de que o buraco é mais embaixo. A velha política de fazer dívida para pagar asfalto a preço de ouro, sem calçadas, sem guias e com o esgoto correndo a céu aberto já é conhecida do povo da cidade, que da mesma forma que eu, está cansado. A vida é plantio e colheita e quem errou há sempre de pagar. Gosto muito das voltas que a vida dá e do quanto Deus é sempre maravilhoso e justo. As máscaras de bonzinhos não resistem ao peso da verdade, esta sim; na política e na vida, são libertadoras. Precisamos trocar política velha, carcomida, por administrador sério, com equipe de gestores que pensam políticas públicas que alcancem toda a população. Prefeitura não pode ser cabide emprego ou negócio de família.
TURISMO – Moramos em uma das cidades mais lindas do País. Belezas naturais e ar puro. O turismo precisa de investimentos e ser estruturado, organizado. O potencial turístico deve ser desenvolvido com planejamento e em todas as esferas. Turismo precisa gerar oportunidade, emprego e renda para quem mora aqui. Vejo poucos lutando e alguns querendo os méritos. Estou ao lado daqueles que, como eu, admiram e amam esta cidade. A política pública em benefício do turismo deve sempre ser tratada com seriedade, estratégia e profissionalismo. Acredito que a Prefeitura deveria aproveitar melhor os competentes grupos de turismo que existem na cidade e trabalhar mais em parceria. Menos marketing e mais trabalho!
CJ – O atual governo e os anteriores lançaram mão de profissionais de outras cidades para formar na administração. Muito se fala no pessoal de Franco da Rocha, que poderia voltar num eventual governo sob seu comando.
Aladim – Esse erro não vou cometer. Pessoas de fora, por mais qualificadas que sejam, não tem compromisso com o povo, com a cidade. Vem aqui, recebem altos salários e vão gastar em suas cidades. Não vivem o dia a dia daqui, não enfrentam os problemas que todos enfrentam. Vou escolher, se chegar à Prefeitura, profissionais da cidade, temos pessoas capacitadas e qualificadas em Mairiporã. Se um ou outro nome for necessário vir de fora, é até aceitável. Mas a minoria, bem minoria mesmo. Quanto ao pessoal de Franco da Rocha, é carta fora do baralho. Já não deu certo antes e não dará nunca. Mairiporã  precisa ser administrada por pessoas que moram, que vivem, que se relacionam em Mairiporã.