Estado capacitará gestores municipais para conceito de cidades sustentáveis

O GOVERNO do Estado iniciará processo de capacitação de gestores municipais, com auxílio da ONU-Habitat (Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos), para promover desenvolvimento sustentável dos municípios paulistas.
Secretário-executivo da Habitação do Estado, Fernando Marangoni retornou do WUF (World Urban Forum, ou Fórum Urbano Mundial, em tradução livre), evento promovido semana passada pela ONU em Abu Dhabi, no Emirados Árabes Unidos, com a missão de integrar time que ficará responsável por promover amplo programa voltado ao debate das cidades do futuro.
Segundo o democrata, a ONU estima que 55% da população mundial vivem em centros urbanos e que esse índice chegará a 70% em 2050. “O grande desafio é saber como as cidades vão absorver a demanda. Se hoje, com 55% (das pessoas morando em áreas urbanas) temos uma série de problemas, com assentamentos precários e pessoas sem ter onde viver, sem ter direito à cidade, imagina como vamos fazer com 70%?”, indagou o secretário-executivo.
A ideia, conforme Marangoni, é estimular revisão de planos diretores municipais para que o desenvolvimento sustentável preconizado pela ONU nos 17 ODSs (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) seja tirado do discurso. “Devemos assinar acordo com a ONU nos próximos meses para auxiliar na formulação e revisão dessas legislações. As cidades precisam entender do que estamos falando e ter ferramentas para implementação”, considerou.
O debate sobre aglutinar municípios no conceito de cidades inteligentes e sustentáveis também será travado junto ao governo federal.
Na discussão sobre sustentabilidade de cidades, o ODS número 11 diz que “as cidades no mundo ocupam somente 2% de espaço da Terra, mas usam 60 a 80% do consumo de energia e provocam 75% da emissão de carbono”. Também enfatiza que a rápida urbanização está exercendo pressão sobre a oferta de água potável, de esgoto, do ambiente de vida e saúde pública. Mas a alta densidade dessas cidades pode gerar ganhos de eficiência e inovação tecnológica enquanto reduzem recursos e consumo de energia. Cidades têm potencial de dissipar a distribuição de energia ou de otimizar sua eficiência por meio da redução do consumo e adoção de sistemas energéticos verdes.