O fato de se investigar o prefeito, por si só, não é suficente para dar credibilidade à Comissão Especial de Inquérito (CEI). É preciso que a população tome conhecimento, em todos os detalhes, do que está sendo feito. CEI de gabinete, restrita a parlamentares, já bastam aquelas abertas aos montes em Brasília, e que terminam como todos sabem: em pizza.
Os vereadores de Mairiporã demoraram para investigar Aiacyda. Diriam muitos, antes tarde do que nunca! Mas é preciso que a oposição, agora em maioria, acelere o processo e, ao final do prazo de 90 dias, tenha o veredito em mãos.
A investigação da compra e do não uso dos semáforos, que à luz da verdade não deveriam ter sido instalados, que dirá pagos, é a primeira de muitas, espera-se. Há mal feitos, segundo denúncias do vereador Wilson Sorriso, que o Judiciário, em sua habitual letargia, ainda não se manifestou, e que também tem que ser investigados pelo Poder Legislativo.
Alguns exemplos das denúncias: A secretária da Saúde que trabalha em dois empregos, no mesmo dia e horário; a locação de um imóvel no bairro do Mato Dentro, para servir de escola, que nunca foi instalada, mas o aluguel pago regiamente, com direito a prêmio à locatária, nomeada para um cargo em comissão na Prefeitura. As centenas de cabos eleitorais, correligionários, amigos e até ‘ficantes e namorados’ pagos regiamente com dinheiro público, nomeados em cargos comissionados, sem atender aos requisitos que se exigem.
São apenas exemplos de outros tantos perpetrados pelo Executivo e que teve guarida dos senhores vereadores, enquanto militavam na tropa de choque de Aiacyda. Como ano eleitoral tem o poder de operar milagres, os 9 viraram 6 e a oposição, que tinha 4, agora soma 7.
E é justamente neste momento, em que 3 abdicaram do relacionamento quase insolúvel com o andar de baixo do Palácio Tibiriçá, que o governo do prefeito Antônio Aiacya tem que ser escancarado à população. O povo e a cidade não aguentam mais um retrocesso como o que tem experimentado, com o atual chefe do Executivo há 12 anos no poder, a emperrar o progresso da cidade. Chega a ser doentio.
Povo que também é responsável, em grande parte, por tudo isso que aí está, ao eleger o mesmo político para ser prefeito, que todos sabem, não é gestor.
Que as mudanças comecem pela CEI (e quem sabe CEIs) para ver se a cidade tem um choque de realidade e puna os responsáveis pelos mal feitos. De outra parte, seria importante o Ministério Público também fazer a parte que lhe cabe.
