Mairiporã se especializou, ou melhor, seus prefeitos se tornaram experts em interromper e planejar políticas públicas, qualquer que seja a área. O melhor e maior exemplo é o Hospital Anjo Gabriel, fechado desde 2016, cujas instalações servem de abrigo a quinquilharias do governo municipal.
Enquanto a cidade espera por atendimento melhor e mais amplo na área da saúde, aquele próprio, construído com dinheiro público e que custou R$ 9 milhões, agoniza, sem serventia para a população. Centenas de municípios dariam tudo para ter um prédio como o do Anjo Gabriel.
Dezenas de outros exemplos poderiam ser lembrados, como demonstração inequívoca da falta de visão política dos governantes, que assumiram fazer ‘política’ naquilo que o termo tem de pior, ao invés de gestões eficazes e profissionais. Isso evidencia que a população está à mercê da falta de planejamento, substituído pelos caprichos e vaidades políticas.
No caso do Hospital Anjo Gabriel, que não vai funcionar na atual gestão municipal, criou-se a expectativa que uma AME (Ambulatório Médico de Especialidades) iria ser implantada no local. O anúncio, mera propaganda eleitoral, foi feito pelo governador, derrotado nas urnas e que não vai seguir no comando do Estado, o que evidencia que vai ser colocadas na conta das promessas de campanha.
Descontinuidades administrativas, que em Mairiporã viraram padrão, são perversas para a população, obrigada a conviver e depender de políticas públicas suspensas por burocracia, birra partidária, incompetência administrativa e falta de recursos.
Isso leva a concluir que o governo municipal é viciado em descontinuar o que deveria ser concluído, e optou pela falta de transparência e espírito público. Nessa equação perversa o povo, detentor de direitos, é o maior perdedor.