Nos últimos quinze dias li quatro livros. As histórias tinham temas minimamente parecidos, confesso: todos romances policiais, incluindo um dos clássicos de Agatha Christie, “E não sobrou nenhum”, e um conto de uma das minhas autoras norte-americanas favoritas, Gillian Flyn. Mas não estou aqui para fazer recomendações de livros e sim para falar sobre como está sendo legal me reconectar com um hábito muito antigo: ler.
Não lembro exatamente qual idade tinha quando comecei a ler com mais frequência, lembro apenas que foram os tão populares gibis da Turma da Mônica que me fizeram apaixonar pela leitura. Dos gibis para os livros foi apenas um passo: quando vi já estava conhecendo novos mundos, novas culturas e novas personalidades através das páginas. Nunca vi problema em ganhar livros de presente de aniversário, ao contrário, era e ainda é o meu tipo preferido de presente.
Comecei com as histórias infantis, passei pelos romances infanto-juvenis, as distopias apavorantes e até alguns clássicos da literatura brasileira. À medida que a gente cresce, diversas novas obrigações surgem, e elas tomam nosso tempo. Assim, fui deixando de lado esse hábito que, na infância, me despertou tantas paixões. Não que eu tenha parado de ler. Mas me afastei dos livros de ficção, esses que estimulam a nossa imaginação, nos levam para outros lugares, nos fazem sentir os sentimentos mais diversos e profundos.
Nos últimos quinze dias, li quatro livros e, para mim, esse é um número excepcional (sim, sou o tipo de pessoa que lê de pouco em pouco, demorando, geralmente, meses para concluir um único livro). E, entre tramas de assassinatos mal resolvidos, ilhas misteriosas e corações partidos, eu reencontrei em mim uma paixão que sempre me fez crescer, de fora para dentro.