Em um ano gasolina sobe 8 vezes mais que inflação em Mairiporã

A POLÍTICA de preços adotada pela Petrobras para os combustíveis resultou num aumento de 20,2% no preço médio do litro da gasolina, mais de quatro vezes a inflação oficial de 4,48% nos últimos 12 meses, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor – Amplo (IPCA). Em relação ao etanol, a elevação do preço em um ano foi de 3,4%. O litro da gasolina custava, em média, na cidade, R$ 3,50 e agora é vendido, em média, por R$ 4,20.
Em Mairiporã, no entanto, esse aumento foi de quase oito vezes em relação ao IPCA. A gasolina, passados doze meses, custa R$ 4,59 o litro, ou seja, 31,1% a mais. O etanol, que acumulou reajuste menor em um ano, tem sido a alternativa dos motoristas na hora de abastecer os veículos flex. Mas na cidade seu preço também cresceu mais que a média nacional. Se há um ano era cobrado a R$ 2,37 o litro, hoje na maioria dos postos sai por R$ 2,45. Por aqui é cobrado R$ 2,74, aumento de 11,8%, valor quase quatro vezes maior que a inflação.
Os especialistas citam que vários foram os fatores que levaram ao aumento no preço da gasolina, entre eles dois impostos federais (PIS e Cofins) e a variação do barril do petróleo no mercado externo, que levou a uma produção menor e elevação do preço, tudo isso aliada à valorização do dólar. Para culminar, a Petrobras adotou a política de reajuste diário, com repasse da variação do preço do petróleo.
A sistemática do etanol é própria, está vinculada à safra e entressafra da cana. No atual momento é o da safra. Isso gerou distorção de preços na comparação com a gasolina, num valor poucas vezes visto. A diferença, em relação à gasolina chega a R$ 1,85 o litro. Ainda segundo os especialistas, quando essa diferença era de R$ 1,00 o consumidor já migrava da gasolina para o etanol.
E dizem, ainda, que o mercado está retraído e não existe perspectiva de grandes investimentos.