COM o impacto da Covid-19 na economia, Mairiporã registrou o pior trimestre (março, abril e maio) para o emprego formal (com carteira assinada) nos últimos quatro anos. O saldo (resultado de admissões menos demissões) foi de 714 postos de trabalho fechados, o que representa média de 7,9 dispensas diárias.
Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados segunda-feira, 29 de junho, pelo Ministério da Economia. A retração econômica – causada pelo novo coronavírus – impactou fortemente em todos os setores, em especial o de serviços, que era o principal gerador de novos empregos formais na cidade. Todos os principais setores (indústria de transformação, comércio, serviços e construção civil) fecharam no negativo.
Este é o pior resultado pelo menos nos últimos dez anos. Nem mesmo no auge da última crise econômica – entre os anos de 2014 (queda de 257 vagas em doze meses) e 2015 (fechamento de 639 empregos de janeiro a dezembro) – houve retração no número do emprego com carteira assinada como a observada em 2020.
Analistas ouvidos pela reportagem afirmaram que provavelmente é a pior crise econômica da história da cidade, com o agravante de que não há um prazo para a retomada nos próximos dois ou três anos.
Mairiporã não tem como se descolar da crise do País, que também se mostra frágil neste momento e terá o pior ano da história na sua economia. Dizem ainda, que é uma crise que vai afetar a todos, indistintamente, com uma inversão da história econômica.
Na análise feita, especialistas afiançam que mesmo depois do Covid-19 os anos devem ser difíceis, dolorosos e um caminho longo até conseguir recuperar o nível de atividade que se tinha em 2011. “Já há previsões de queda de 8% e não chegamos a crescer isso na última década”, enfatizam.
Reportagem veiculada na semana passada, por este jornal, revelou outro dado assustador: entre abril de 2019 e abril deste ano, 1.340 empresas fecharam as portas em Mairiporã e a tendência é de maior número até dezembro.
