NAS TRÊS últimas eleições realizadas em Mairiporã com segundo turno (2010, 2014 e no último domingo) o número de abstenções registrou nova alta, ou seja, o eleitor perdeu o interesse por escolher seus representantes. No segundo turno para escolha do presidente da República, em que saiu vencedor Jair Bolsonaro, não foi diferente.
Os faltosos, os que votaram em branco ou anularam o voto, explodiram na cidade. A soma total foi de 35,05%, ou seja, mais de um terço do total de eleitores. Foi a maior abstenção da história eleitoral da cidade. Em 2014, esse total foi de 27,54%. Em 2010 foram 20,32%%.
Esses números expressivos, que revelam o cansaço do eleitor com a classe política, também ocorreram nos pleitos municipais de 2008, 2012 e 2016, quando a expectativa era que o número de ‘não votantes’ fosse menor, por se tratar de uma eleição caseira.
Sociólogos que comentaram os resultados, afirmam que o aumento do índice dos que não deram votos válidos e se abstiveram está diretamente ligado ao desencanto com a política e à percepção de que, entre as candidaturas majoritárias (presidente e governador), não haveria grandes diferenças de governo.
No caso em particular da disputa entre João Dória e Márcio França, pelo governo de São Paulo, cuja margem de diferença foi pequena, aqueles que deixaram de escolher um dos dois poderiam ter sido decisivos.
Municipal – Os pleitos municipais de 2008, 2012 e 2016 também mostraram crescimento do ‘não voto’. Em 2008, a soma de ausentes, votos brancos e nulos somaram 24,95% e, quatro anos mais tarde, em 2012, esse percentual se elevou a 29,56%. Nas eleições de 2016 esses componentes elevaram os ‘não voto’ para 30,27%.