Eleições em Mairiporã com clima de mudança

Segundo os institutos de pesquisa, mais de 80% dos mairiporanenses pretendem ir às urnas neste domingo para votar. Depois de um ano de incertezas, em que o pleito precisou ser adiado, o dia 15 de novembro promete grandes emoções. Afinal de contas, a escolha é de vereadores e prefeito. Pela primeira vez nas eleições municipais, partidos pequenos tem a chance de mesmo não atingindo o coeficiente eleitoral, eleger um vereador. O novo critério de sobras deve guardar surpresas com o surgimento de nomes em grupos que no antigo sistema não teriam a menor chance, mas que agora despontam esperançosos por beliscar uma vaga no plenário da Câmara.

Em ano tão incomum, em que fomos afetados pela pandemia, as pessoas se deparam com um compromisso oficial e com um motivo forte para saírem de casa com suas máscaras e cuidados. A cidade respira um clima de ansiedade quanto ao que acontecerá na escolha do pleito majoritário. Nas ruas, onde quer que se caminhe ou converse, existe um clima de mudança e favoritismo que favorece o candidato Aladim. Ao que parece, a maioria pretende mesmo finalizar o ciclo político que dura mais de vinte anos e garantiu ao atual prefeito três mandatos a frente do Palácio Tibiriçá. Ele que há quatro anos venceu a guerra das urnas afirmando que pegaria a cidade de volta, parece agora tomar do próprio veneno, depois de ter sido expulso de seu partido e ver aprovada a lei que proíbe o nepotismo.

Seu alto índice de rejeição, isto é, pessoas que afirmam que não votariam nele de jeito nenhum, atinge altos índices segundo pesquisas, o que se reflete em suas aparições públicas recheadas de constrangimento junto à população, que por vezes se recusa a receber seu material de campanha. Sua participação recente em uma sabatina pela internet, promovida pela igreja católica, acabou viralizando de maneira negativa. Visivelmente nervoso e inseguro, cometeu gafes que culminaram em ‘memes’ na rede, com a visibilidade que se dá a pastelões e comédias “stand up”.

Quanto a Aladim, cresce em popularidade e a cada semana, nos últimos meses, foi possível notar seu grande engajamento nas redes sociais, batendo recordes de visualizações em suas aparições ao vivo e apresentando projetos que aos olhos da cidade claramente atendem aos anseios de uma administração feita com planejamento e melhores oportunidades de desenvolvimento. Mairiporã parece não querer mais um zelador, mas um gestor, principalmente após a crise. Tudo indica que a população quer dar chance de administrar a quem ainda não a teve.

Caso se concretize a vitória de Aladim, será uma despedida melancólica para o atual governo, que depois da vitória esmagadora em 2016, parecia imbatível, mas que se mostrou ao longo do tempo incapaz de sequer cumprir as principais promessas de campanha e que agora assiste o sentimento de mudança ganhando cada vez mais força.

 

Luís Alberto de Moraes tem formação em Letras, leciona há quase vinte anos e prepara o lançamento de um livro de crônicas e poemas. @luis.alb