Eleições e dívidas

Com uma população endividada, mais de 13 milhões de brasileiros desempregados e pandemia em curso, alguns setores da imprensa brasileira classificam as eleições de outubro como uma oportunidade para se debater temas importantes e escolher projetos sérios e realizáveis. Mas já não tem sido assim desde a volta da escolha dos mandatários através do voto popular? Toda eleição é a mesma conversa.

Os mais enfáticos assinalam em tom sério e professoral, que não se pode reduzir o debate político a uma disputa rasa e perniciosa. Mas foi nisso que se transformou a política brasileira, uma espécie de disputa entre torcidas de futebol. Quer isso agrade ou não.

A população vai assistir a um embate sujo na escolha do próximo presidente, talvez o mais pernicioso da história, cujos candidatos vão prometer um verdadeiro céu de brigadeiro aos eleitores. Não se pode evitar que os incautos uma vez mais acreditem em milagres econômicos e sociais que, na prática, não vão acontecer.

Com um País praticamente quebrado, uma economia frágil e inflação galopante, com uma divisão política clara, é complicado até mesmo para os mais crédulos imaginar uma mudança com os nomes que já foram colocados como ‘salvadores da pátria’. Sim, nenhum nome é colocado como candidato a presidente, mas a ‘salvador’. Pobre País!

Essa ladainha de esperar que a sociedade brasileira tenha sobriedade em votar em projetos, não em pessoas, de não se discutir o futuro da Nação como se fosse um jogo de futebol ou uma questão pessoal, é conversa velha, rançosa e que não vai mudar o panomara que se nos apresenta.

Por enquanto, é claramente ‘direita, esquerda, esquerda, direita’. Se alguma terceira via vai conseguir se impor, neste momento é difícil projetar. De novidade, absolutamente nada, se considerarmos que Sérgio Moro foi ministro de Bolsonaro. O cardápio traz Bolsonaro, Lula, Dória, Ciro Gomes, Alckmin, Marina Silva, e uma infinidade de nanicos que buscam os 15 minutos de fama.

O que é realidade nesse processo todo, é um povo empobrecido e devendo até as calças e cada vez mais ignorante, explorado pelos espertalhões que transformaram o País num arremedo de Pátria.