Quem está apinhado no cargo (prefeito e vereadores) desde 2016, torce para que as eleições de outubro sejam adiadas sine die. Mas isso não vai ocorrer. No máximo, o primeiro turno (em Mairiporã um turno só) vai ser levado para novembro.
Vai ser a primeira eleição em que as coligações estão proibidas, ou seja, cada partido vai ter que realizar uma competente engenharia para conseguir cadeira na Câmara, principalmente depois das mudanças de siglas por parte dos vereadores que, em tese, levam vantagem sobre os novatos. Essas mudanças também envolveram articulações com os prováveis candidatos a prefeito.
Os quadros partidários já estão definidos com o final das filiações. A maioria das legendas deve apresentar chapa completa para o pleito proporcional, que tem 13 cadeiras em disputa no parlamento da cidade.
Até a chegada das convenções, prevista para o período entre 20 de julho de 5 de agosto, com as campanhas a partir de 18 também de agosto, o que vai prevalescer são as articulações de bastidores, busca por apoios, contato pessoal com os eleitores, neste caso muito mais por parte dos novos candidatos ao legislativo, tudo isso se o isolamento social der espaço para discussões políticas e a apresentação de programas e planos de governo.
As campanhas serão curtas e exigirá nova abordagem por parte dos candidatos. As redes sociais terão papel importante e provavelmente o clima de preocupação e medo em relação ao futuro implicará na escolha dos eleitores.
A vida deve retornar ao normal até dezembro. É a expectativa de todos, mas isso tem um preço: maior desemprego, empresas em dificuldades financeiras, incerteza em relação aos anos vindouros. Em todo esse processo, prefeitos e vereadores têm capacidade de resposta muito limitada a esse conjunto de questões econômicas, mas os postulantes aos cargos serão cobrados a respeito do assunto. E um desafio se coloca aos novos administradores, principalmente porque diz respeito à situação financeira dos municípios, que estará pior em 2021.
Mais que provavelmente temas sociais, especialmente a saúde, ganhem maior relevo na disputa. E cabe aqui questionamento em relação ao atual prefeito, que pretende um novo mandato: que promessas Antônio Aiacyda fez para a área da Saúde, em três mandatos, e que não cumpriu, será feita agora? Que história vai contar por manter um hospital digno de grandes cidades fechado?
Se nas eleições municipais prevalecem questões e temáticas locais, neste ano o cenário será atípico e a polarização que hoje divide o País terá efeitos e consequências na decisão do eleitor.