Economia da cidade estagnada

Não são poucos os sinais, repetidas vezes anunciados em reportagens neste jornal, que a economia de Mairiporã patina, não consegue se desenvolver, muito por absoluta falta de gestão administrativa por parte da Prefeitura. O prefeito não é gestor, é político. E como tal, acredita que priorizar aquilo que dá bom retorno político-eleitoral é o mais importante. Por isso que concentra seus esforços em pavimentar ruas. Nada, na sua cabeça, é mais importante que asfaltar ou concretar vias, como se a população vivesse exclusivamente disso.
Nem é mais relevante citar todos os setores da administração pública que estão relegados a planos secundários, pois a cidade inteira sabe de cor e salteado quais são.
O tema hoje é economia, que infelizmente vai muito mal na cidade. E nem é preciso ir muito longe, apenas buscar comparativos com as cidades da região para se constatar o óbvio: Mairiporã patina vergonhosamente quando se trata de desenvolvimento econômico.
Reportagem nesta edição traz números referentes ao 13º salário que será injetado na economia local, montante muito aquém das expectativas e necessidades dos setores produtivos. A média salarial dos trabalhadores formais, ou seja, aqueles com carteira assinada, é a quarta menor dentre as cinco cidades, assim como o total de empregados. O montante de dinheiro que em tese vai incremetar o final de ano do comércio, da indústria, da construção civil e do setor de serviços, está aquém do que se desejaria.
A reportagem mostra que Mairiporã tem pouco mais de 13 mil trabalhadores com carteira assinada. Cerca de 2 mil são funcionários públicos municipais. Só é maior que o de Francisco Morato. A distância para Franco da Rocha é de mais de 3 mil e em relação a Caieiras, mais de 6 mil. Nesse comparativo deixamos de fora Cajamar, cujo mercado de trabalho, por conta de seu parque industrial, não serve de parâmetro. Lá, o total de trabalhadores com carteria é três vezes maior que daqui.
Ano vai, ano vem, prefeito sai, prefeito entra e nada muda em Mairiporã. Infelizmente. O comércio sobrevive como pode, a rotatividade de estabelecimentos que abrem e fecham é escandalosa, beira a incredulidade, o tão decantado turismo não gera o que poderia, e a realidade reflete até mesmo na arrecadação de impostos: metade dos contribuintes não paga IPTU. Essa informação tem sido repetidamente anunciada por vereadores em seus discursos durante as sessões legislativas. E pelo andar da carruagem a tendência é de crescimento. Ou seja, pelo menos algum compenente econômico cresce na cidade: a inadimplência tributária.
Quem pode mudar esse cenário pessimista é o eleitor. Ninguém mais. Enquanto optar por políticos que vendem a imagem de gestores para administrar a cidade, a economia vai seguir no mesmo patamar de agora. E os resultados serão cada vez mais assustadores: comércio estagnado, indústrias buscando outras localidades para fincar suas plataformas, setor de serviços acanhado, construção civil quase nula e um número cada vez maior de desempregados.