Disparada de preços altera hábitos de consumo das famílias

O consumidor mairiporanense, diante da excessiva alta de preços em produtos e serviços, decidiu que a saída, única por sinal, é mudar os hábitos na hora de comprar. Sem cortar gastos não há como sobreviver.

Alimentação, gás de cozinha, combustíveis, água e energia elétrica tem obrigado as famílias e adotar novo comportamento.

Desde o início do ano o preço médico do botijão de gás subiu próximo de 30%, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo), passando de R$ 75, no final do ano passado, para mais de R$ 100 agora no mês de setembro. Incríveis cinco vezes mais que a inflação acumulada no período, de 5,67%.

Para a dona de casa Maria das Graças da Silva, hoje só é possível cozinhar o essencial. “Não temos como assar um bolo, por exemplo, pois o gás vai embora. Estou usando o fogão apenas para almoço e janta”, disse em tom de desabafo.

A aposentada Aparecida da Silva Santos, de 72 anos, frisa que se no ano passado, mesmo com a carestia, R$ 100 dava pra comprar bastante coisa, hoje a realidade é bem diferente. “Deixe de comprar muitos alimentos, e nada fora do básico, e agora vivo de aproveitar as promoções. Também deixo tudo desligado em casa, para economizar energia”, assinalou.

Aumentos – Dados do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostram que o óleo de soja foi o que teve o maior aumento nos últimos meses no Brasil (67,7%). No ranking da inflação, aparece o feijão (40,28%), arroz (32,68%), carne (30,77%) e aves e ovos (23,11%).

De acordo com os analistas econômicos, a inflação em alta é resultado, entre outros fatores, do encarecimento dos insumos básicos devido aos efeitos da pandemia da Covid-19 e do dólar caro. Antes dela, os complexos produtivos já vinham em um processo de diminuição de oferta, o que foi acentuado pelo coronavírus. Aliado a isso, o câmbio (dólar) elevado favoreceu as exportações de insumos e gêneros alimentícios e encareceu a compra de matérias-primas.

Clima – Se a situação já está difícil para o brasileiro, mais um ingrediente surgiu para agravar ainda mais esse cenário: o clima. Com alternância de seca e frio excessivos, a produção de alimentos e geração de energia elétrica estão com ofertas em baixa, e isso faz com que os preços subam e acabem corroendo os ganhos das famílias. (Cláudio Cipriani/CJ – Foto: Divulgação)