Não há como contestar que as eleições municipais deste ano serão diferentes de todas as outras já realizadas em Mairiporã. A começar pela inexistência de coligações, que ao longo da história elegeram candidatos com pífias votações, até a interferência da pandemia do novo coronavírus. Em meio a isso, outras questões como a crise econômica e a descrença do eleitor naqueles que pretendem ser seus ‘representantes’.
Dito isto, prefeituráveis e pretendentes a uma das 13 cadeiras no Legislativo terão que reinventar o discurso, mesmo que não tenham programas e compromissos com a população. Essa ausência de propostas concretas em favor da sociedade resulta em promessas que nunca são cumpridas.
Isso vem desde que as eleições, através do voto popular, foram instituídas no município, no longínquo ano de 1948 do século passado.
Mairiporã assiste a um desfile de vereadores e prefeitos sem criatividade, sem os requisitos necessários para as funções, e o principal e mais grave, sem vontade política. Viceja o clientelismo, o empreguismo de cabos eleitorais e apadrinhados que trazem em seu bojo a incompetência e a mediocridade.
A chegada da pandemia reforçou o que todo mundo sabia: a Saúde em Mairiporã é o caos, retrato do descaso das autoridades para com a população. Foi preciso uma doença dessa magnitude se instalar para que o prefeito se sentisse intimidado e colocasse para funcionar um hospital que estava fechado desde o término de sua construção, em 2016.
A Saúde em Mairiporã pratica um binômio altamente condenável: fácil detecção dos problemas e soluções difíceis. Governantes mairiporanenses sempre preferiram as medidas curativas às preventivas. Isso faz com que os mais carentes aceitem resignados medidas paliativas e politiqueiras.
Em todos os setores da administração municipal dá-se atenção a emergências, sem nenhum planejamento, o que resulta na saturação, na acomodação.
O novo discurso que a cidade aguarda é o de propostas adequadas à sua realidade, respeito às necessidades sociais e acabar com privilégios de uma classe política sem identificação com os direitos fundamentais dos cidadãos.