Discurso e realidade

Quando ouço falar que o prefeito tem reclamado que sua administração não tem dinheiro e que, portanto, não pode realizar obra alguma, nem mesmo uma simples operação tapa-buraco (e olha que a cidade parece um daqueles planetas do sistema Solar, onde só se encontram crateras), chego à conclusão que essa história não condiz com a realidade. E olha que o prefeito fala isso quase que 24 horas por dia.
Logo que assumiu, trocou o carro com que se locomove dentro e fora da cidade, criou três secretarias para acomodar amigos e correligionários, que somam mais de R$ 36 mil por mês, sem colocar nessa conta os encargos e os assessores que vieram a reboque, premiou seus cabos eleitorais com cargos em comissão (uma afronta aos concursados e que há anos dedicam suas vidas ao serviço público) e deu R$ 9 milhões ao antigo hospital, em detrimento de um novo que está à espera de ser inaugurado.
Afinal, senhor prefeito, qual é a verdadeira situação financeira da prefeitura? Tem ou não tem dinheiro? Alguma coisa nessa história não está batendo com a verdade.
Que interesse ou quais interesses levaram-no a repassar um dinheiro cujo montante é considerável ao velho hospital e não pôr em funcionamento o novo? Por que mais três secretários? Por que essa enxurrada de cargos em comissão de pessoas que sabemos bem, não fazem nada e não tem nem preparo profissional nem nível de escolaridade para as funções que foram nomeadas?
O que mais me espanta em todo esse quadro é termos vereadores que assistem a todo tipo de desmandos e ficam calados, com cara de paisagem, deixando de cumprir com os seus mais lídimos deveres. Não se fiscaliza nada, não se abre a boca para nada.
Os vereadores precisam honrar os votos que receberam da população e se mostrarem atentos na defesa dos interesses do povo. Se é para dizer amém a tudo o que emana do Paço Municipal, para que serve a Câmara?
Por tudo o que tenho visto, o prefeito precisa esclarecer a situação financeira da Prefeitura, cujo discurso se contradiz com a realidade dos fatos.