Dinheiro escasso

Com os registros de candidatos devidamente feitos junto ao Cartório Eleitoral de Mairiporã, a campanha começou a tomar forma e logo de cara sinaliza que será atípica. Há menos candidatos a prefeito e a vereador.
Não resta qualquer dúvida sobre a diferença, em comparação com pleitos anteriores, a começar pelo seu prazo de duração, de apenas 45 dias, o que não deixa de ser um alívio para o eleitor. Reduziu-se também a ‘grana’ para financiar os candidatos. Isso trouxe de volta o jeito ‘romântico’ de se pedir votos, ou seja, de porta em porta, com direito a muito cafezinho. Agora, a gasolina dá lugar à sola de sapato.
A crise econômica também pesou e, aliada à proibição de empresas doarem recursos aos candidatos, depois dos escândalos de corrupção, tornou a tarefa dos postulantes a cargos públicos bem adversa. E os que costumam utilizar o ‘Caixa 2’, também estão na mira das autoridades.
Não se pode esquecer que no campo político a campanha começou em meio a um processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que está prestes a ser defenestrada pelos senadores. Qualquer que seja o resultado, de certo modo terá influência nas campanhas eleitorais.
Mas talvez seja no campo ético que teremos os debates mais interessantes nos próximos meses. Os escândalos e a corrupção desenfreada que se tornaram públicos nos últimos anos, como o mensalão, mensalão mineiro, petrolão, escândalo do Metrô paulista, entre tantos outros, levaram a população a ver os políticos com um olhar mais crítico e condenar a conduta de muitos deles. Teremos certamente campanhas mais pobres e sem as pirotecnias dos marqueteiros regiamente pagos.
Caberá aos candidatos convencer seus eleitores se são farinha de outro saco e que não têm qualquer outro interesse a não ser servir à causa pública.
Nesta altura, convencer o eleitor, principalmente a votar, não é tarefa fácil.

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