Dezembro e frota de veículos pioram o trânsito na região central

Cidade tem hoje mais de 50 mil veículos em sua frota sem um sistema viário para absorver o tráfego

MAIRIPORÃ, nos últimos vinte anos, não se preocupou com os problemas de mobilidade urbaa, e vê aumentar a frota de veículos sem ter projetos para solucionar um trânsito cada vez mais lento, em um sistema viário saturado pela falta de rotas alternativas. Os governos municipais que passaram pelo Palácio Tibiriçá não se preocuparam nem mesmo em buscar saídas que ajudassem a garantir maior fluidez em prontos críticos, como a principal avenida da cidade, a Tabelião Passarella. E poderia se a medida adota de proibir o estacionamento ao longo de seus 800 metros não tivesse sido tomada.
A frota que circula pela cidade é formada por 51.671 veículos, segundo dados do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) referentes a outubro último. Em dez anos, o crescimento ultrapassou 117%. Em 2008 Mairiporã registrava 23.797 unidades automotoras.
Além da frota gigante, a região central convive com o excessivo número de veículos oriundos de outras localidades, que utilizam Mairiporã como ligação entre o Rodoanel e a rodovia Fernão Dias.
A combinação de poucas artérias com falta de planejamento e aumento da frota de veículos, ganha um ingrediente a mais no caos diário, que é o mês de dezembro, quando a população vai às compras de final de ano e não deixam os carros em casa.
Durante os primeiros dois anos do atual prefeito, não se falou em buscar soluções para a mobilidade urbana. Faltam soluções abrangentes que precisam ser implementadas e, de imediato, garantir rapidez no fluxo em pontos críticos.
Ouvido pela reportagem, o engenheiro de tráfego Rubens Gonçalves Lima dos Santos disse que na comparação com cidades do mesmo porte, Mairiporã tem um problema grave em sua mobilidade. “As ruas possuem baixa capacidade para escoar o trânsito e um número pequeno de vias na região central, que é agravada pelo fato de ligar duas rodovias: Luiz Chamma e Fernão Dias”, assinalou Santos.
Afirmou ainda que implantar semáforos ou mão única de direção são saídas paliativas que logo vão se mostrar insuficientes.
O engenheiro disse que se a Prefeitura não se preocupar rapidamente com a mobilidade urbana, a cidade não vai conseguir dar fluência ao tráfego de veículos, pois em se tratando de trânsito, não há solução mágica.