Desprezo ao processo político

Embora pareça, não é tão cedo para se falar nas eleições de outubro, porém o desinteresse da população é notório e isso leva a data para um tempo muito distante da realidade. Esta deve ser a escolha de governantes que menos chama a atenção. O eleitor está frustrado com os rumos da política, com aquilo que os eleitos chamam de representatividade e cansado à exaustão com a roubalheira que, poderia se dizer, foi institucionalizada.
Os quadros políticos da cidade, pelo que li e vi até o momento, não se interessaram em lançar candidatos, e certamente vão apoiar políticos de outras localidades que, perdendo ou ganhando, não vão assumir qualquer compromisso com nosso município. Sou testemunha dessa prática. E não temos, realidade cruel, condições de eleger nenhum nome local para a Assembleia Legislativa ou Câmara dos Deputados. Muito até pela desigualdade de condições e número de eleitores.
Outro posicionamento ruim para Mairiporã é que os eleitores deixam de apostar em poucos nomes e pulverizam os votos entre mais de 200 candidatos em cada esfera. Quem compromisso esperar de quem se elege nessas condições?
Pesquisas (não poucas) revelam que o número de eleitores que manifestaram o desejo de se abster de votar vai bater recorde e tornar a situação ainda mais grave se somado a votos brancos e nulos. Pela primeira vez na história poderemos ultrapassar os 50% do colégio eleitoral. Indignados, os cidadãos desprezam o processo político e não fazem questão de esconder isso.
A cidade, que sempre votou mal e escolheu políticos que nunca se interessaram pelos seus problemas, vai mais uma vez se ressentir de representantes nos parlamentos estadual e federal e tentando sobreviver com repasses de outras esferas, porque tributos municipais estão em queda livre em razão dos contribuintes imersos na descrença e numa crise econômica que parece não ter fim.