Desinteresse assustador

O contingente de eleitores com 16 e 17 anos – faixa de idade em que o voto é facultativo -, cujos números foram divulgados por este jornal na semana passada, revela duas questões importantes para a cidade e que são preocupantes. A primeira, é o desinteresse desses jovens em se tornar eleitores. O segundo, que futuro pretendemos para Mairiporã com essa faixa de eleitores praticamente esvaziada?

Não há, no horizonte, nenhum indicativo de que esse quadro vá se modificar. Neste ano, por exemplo, o prazo para se conseguir o título de eleitor terminou em maio. Portanto, Mairiporã vai às urnas com essa faixa etária representada por 0,72% do total de eleitores.

Na faixa um pouco acima, dos 18 aos 20 anos, a situação também está aquém do ideal: 5,04% do total podem votar. Na soma, entre os 16 aos 20 anos, a cidade conta com 3.678 inscritos e em condições de votar, se todos, no dia 15 de novembro, comparecerem às urnas.

Não se vislumbra nenhuma campanha de incentivo para que jovens se interessem não só pelo voto, mas também pela política em si. Isso é um retrato cruel do que os políticos conseguiram fazer nos últimos anos.

Noutro dia o ministro do STF, Dias Tóffoli, disse que o encolhimento dessa faixa etária é o responsável pela queda no número de inscritos. Mas não é só isso, a redução que vem desde as eleições de 2006, demonstra o desinteresse dos jovens. A fatia nessa faixa etária que foi em busca do título de eleitor, em todo o Brasil, caiu de 39% para 25%.

Em Mairiporã, a julgar pelos números das últimas três eleições, o problema parece insolúvel. Algo precisa ser feito, mas só seria possível com ampla consulta aos maiores implicados.

Uma vez feito esse trabalho, indicará que os políticos aqui da cidade vão estar dentre os principais motivos, pois a rejeição aos políticos e à política institucional tem sido constantemente renovada.