Desequilíbrio?

Não é novidade que em todo pleito municipal as peças do tabuleiro político estão melhores colocadas para aqueles que estão no poder. Seja Prefeitura ou Câmara de vereadores. Os que detêm mandato, de certo modo, saem na dianteira, com ampla vantagem sobre aqueles que desejam conquistar uma das 13 cadeiras do Legislativo, ou até mesmo quem, dentro outrora, e fora nos últimos anos, pretende voltar. Poderia se considerar um desequilíbrio de forças?

As regras para o pleito do ano que vem foram alteradas e isso dificulta a formação das chapas de candidatos a vereador (eram 20 e agora 14) e um exercício dificílimo de quem escolher para apresentar os nomes à comunidade. Não se esquecendo que, dos 14, obrigatoriamente 4 terão que ser mulheres.

Os que têm a máquina a seu favor, aliada à divulgação com mais alcance, imunidade e presença garantida nos atos legislativos, e até mesmo nos executivos, podem se considerar em vantagem sobre quem busca uma das cadeiras. Por outro lado, e no caso específico de Mairiporã, o trabalho que os parlamentares realizaram nos últimos três anos ficaram aquém das expectativas da população, que em última análise vem a ser o eleitor.

As alterações verificadas de quatro em quatro anos na Câmara de Vereadores ficam restritas aos nomes, porque comportamento e trabalho carregam os mesmos vícios de pelo menos quatro décadas. O legislador mairiporanense é incapaz de ser criativo, de modificar o modo de discutir, apresentar e votar novas leis. Prefere as facilidades e comodidades das ações de seus antecessores, concentradas apenas na apresentação de indicações, requerimentos e moções. São instrumentos arcaicos e com textos repetitivos, incapazes de enfrentar a burocracia reinante.

Claro que o detentor de um cargo eletivo sempre está mais adiante que os demais postulantes. Particularmente no caso de Mairiporã, há que se refletir se as facilidades que a função oferece não se perdem em meio a um trabalho que não tem o reconhecimento daqueles que vão às urnas no ano que vem.

O Poder Executivo, desde 2021, experimenta mudanças desenvolvimentistas nunca antes vistas na história política da cidade. O Legislativo, por sua vez, mesmo com expressivas alterações em suas composições, parece fadado a não se livrar das amarras que teceu ao longo do tempo.