Descanso

Supostamente, o final de semana sempre é para descansar. Dois dias nos quais é permitido interromper toda e qualquer atividade obrigatória durante os outros dias da semana. É claro que, recorrentemente, pode se marcar um compromisso para o final de semana: uma almoço, um jantar, uma festa. No final de tudo, o objetivo é o entretenimento.
Para mim, descansar em um final de semana significa ficar em casa sem fazer absolutamente nada. No máximo, assistir alguma coisa na televisão e procurar na internet por músicas novas. Caso contrário, toda e qualquer atividade que ocorra nesses dois dias, seja fazer um trabalho para faculdade ou até socializar, tudo já aniquila a hipótese do descanso. Não que eu não goste de fazer essas coisas, ou não precise fazer essas coisas. Talvez o descanso seja até um pouco superestimado: afinal, quem precisa descansar toda semana?
O fato é que já tem algumas semanas que não descanso de verdade, porque sempre aparece algo para fazer, de um lado ou de outro. Com o tempo, a necessidade de descansar vai aumentando, mas parece que a vida não percebe isso, e se alimenta de ciclos cada vez maiores e com mais novidades para se fazer e pensar.
Longe de escrever um texto inteiro me lamuriando pelo excesso de rotina e falta de não ter o que fazer, o que quero ressaltar é que, descansar, é parte importante do processo. Tirar um tempo para não fazer nada não é sinal de improdutividade ou de incapacidade. É descanso, é cuidado.
Afastando a culpa da falta do que fazer, e contrariando quem diz que não se pode deixar as coisas para amanhã, deixemos, seja no final ou até mesmo durante a semana, uma brecha. Nesse momento exato, apenas a companhia própria e a calma bastam.