Onze anos depois de ser ‘copiado’ pelos brasileiros, a Black Friday experimentou seu primeiro fracasso de vendas este ano. Com o passar do tempo, o consumidor foi se dando conta de que deveria estar mais atento às ‘ofertas imperdíveis’, pois a maioria anunciada não dava, na realidade, desconto algum. Tanto que nos últimos três ou quatro anos, surgiu o termo “Black Fraude”.
Empresas sérias, que controlam a venda de produtos on-line no País, obtiveram resultados bem interessantes, mas de modo geral os comerciantes ficaram muito aquém do que imaginavam e buscavam para reverter os estragos gigantescos ocasionados pela pandemia da Covid-19, desde o ano passado. Isso, sem se falar em milhares de portas que foram fechadas.
Os resultados da Black Friday 2021, por outro lado, coloca uma grande pressão sobre a data mais importante do ano para as vendas, o Natal, melhor período para o comércio como um todo. O que se viu na Black dá a dimensão do desafio natalino.
Dados divulgados esta semana apontam que 74,6% das famílias brasileiras tem dívidas em atraso, maior patamar da série da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência, iniciada em 2010.
Antes de julho deste ano, a parcela nunca havia superado a marca dos 70%. Os dados são da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
A realidade é que o poder de compra das pessoas tem se esvaziado com rapidez espantosa nos últimos meses. O encarecimento do custo de vida, que engloba alimentação, combustíveis, serviços públicos e medicamentos, corrói o já parco dinheiro do cidadão.
A expectativa em torno da retomada da economia vem de meses e curiosamente a classe política, a quem cabe impulsionar os setores mais importantes, assiste passivamente e não cria soluções para o combate ao empobrecimento que se alastra por todos os níveis das classes sociais.
É recomendável aos comerciantes estarem prevenidos, pois as vendas de final de ano, por enquanto, são um grade risco, desafio que se estende aos consumidores.