De pires na mão

Se não houver um combate eficaz que ponha fim às crises políticas e econômicas os municípios, que já estão de pires na mão há muito tempo, vão entrar em colapso financeiro com consequências inimagináveis.
Mesmo que Brasília seja o centro das atenções e do vendaval que assola o País, as consequências se espalharam por todos os municípios. A própria Frente Nacional de Prefeitos (FNP) reconhece o momento dramático enfrentado desde que teve início o processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff. De lá para cá a piora foi constante e não se pode imaginar até onde isso vá dar.
Mairiporã não foge à regra. Tem dificuldades financeiras sérias, não conta com planos alternativos e vive um arrocho financeiro que veio de presente do governo anterior. Além da falta crônica de dinheiro, tem que solucionar inúmeros problemas, e o mais grave é sem dúvida o Centro Educacional, fechado sob ameaça de desabamento e sem previsão de ser reaberto.
Saúde e Educação também enfrentam problemas, principalmente pela queda nos repasses de ordem federal, que basicamente sustentam esses setores. Fato é que a Prefeitura mal ganha para bancar o custeio da máquina pública, que poderia estar menos encrencada se não houvesse tanta gente comissionada dependurada nos cofres públicos.
Não se pode ignorar que a União tem hoje margem mínima para investir e o reflexo acaba nos municípios, especialmente nos de pequeno e médio portes, como é o caso de Mairiporã. Os impostos deixam de ser pagos, o funcionalismo deixa de receber aumento salarial e há uma volta no tempo, ou seja, o IPTU volta a ser a estrela do Orçamento, mesmo que a dívida ativa tenha chegado a patamares escandalosos.
Por outro lado, reclamar da situação, como faz o atual prefeito, useiro e vezeiro em repetir o mantra que decorou lá atrás, em 2005, não vai dar jeito no problema. Criatividade e economicidade são os caminhos, bem como ouvir a sociedade e junto dela buscar saídas, ainda que o momento demande urgência.