Cúmplices

Não será a primeira vez, na história das eleições em Mairiporã, que inimigos declarados em outros pleitos se juntem na tentativa de chegar ao poder e dele se valer de forma escancarada. Fica evidenciado o desejo de cuidar apenas dos interesses pessoais, de acomodar apadrinhados e cabos eleitorais em cargos pagos com o dinheiro público, relegando a cidade e a sociedade mairiporanense a planos secundários.
Isso causa indignação aos cidadãos de bem, pois a postura contida nas declarações de apoio a determinados candidatos, neste momento, já foi vista desde o final dos anos 1980, tempo em que o processo eleitoral ainda era um completo desconhecido da maioria dos eleitores.
Desde então, os ‘amigos de última hora’ não obtiveram sucesso na empreitada e muito menos nas urnas. Foi assim nos pleitos de 1988, 1992, 1996 e 2000.
É difícil para o cidadão de bem avaliar como pensamentos díspares, posicionamentos antagônicos e ideais inconciliáveis, possam estar num mesmo balaio, o que por si só demonstra apenas o interesse pelo poder para dele se valer ao longo de quatro anos.
Alguns políticos mairiporanenses, em especial os que experimentaram fracassos nas urnas, buscam essa postura como remédio para seus males. Parece que vivem noutro mundo, alheios às mudanças que o eleitor, neste momento, de certo modo, foi obrigado a incorporar, por conta dos escândalos em todos os níveis de governo no país.
A operação Lava Jato, que quer colocar na cadeia os corruptos pegos com a boca na botija, e outras operações mais, como a da merenda escolar no Estado de São Paulo, pelo visto, não serve de parâmetro aos políticos locais que, de certo modo, tem alergia ao trabalho e, por isso mesmo, aceitam qualquer acordo para se acomodar nas largas costas do erário.
Neste instante experimentado pelo povo não cabem desculpas esfarrapadas. O retrocesso a que Mairiporã foi submetida por longos anos, principalmente com a ajuda dos que hoje ‘comem no mesmo prato’, não pode voltar a ser cúmplice da imoralidade pública que se instalou na cidade, sem o menor pudor.

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