A PREFEITURA de Mairiporã tem algo em torno de 1.920 servidores municipais, dos quais 130 são comissionados e 60 escolhidos em processo seletivo, com prazo de contrato de um ano. Esses números são oficiosos, mas muito próximos da realidade. A Prefeitura sonega informações a esse respeito.
Nos últimos anos a categoria não recebeu nenhum aumento real nos salários e em 2016 ficou sem 4% de reajuste inflacionário (relativos a 2015) e outros 6% (relativos a 2016).
O panorama para 2018 não é nada animador. Com crise nas contas públicas, e um quadro de funcionários inchado, com mais de uma centena de nomeados por indicação política (comissionados), o Executivo deverá alegar não haver margem financeira para conceder aumentos. Assim como fez em março deste ano.
Não será surpresa se o prefeito, a exemplo do que ocorre em outras cidades, congelar a folha de pagamento sob a justificativa de problemas financeiros. Isso certamente vai afetar a reposição inflacionária do período. De acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o percentual acumulado nos últimos 12 meses ficou em 4,57%.
O governo municipal não informou se está em busca de alternativas para minimizar a situação, mas de acordo com a peça orçamentária enviada à Câmara, que estima receitas e fixa despesas em R$ 144 milhões para 2018 (aumento de 1,3% em relação ao orçamento vigente), não há recursos para melhorar os ganhos dos servidores.
Sem forças para brigar pela categoria, o Sindicato dos Servidores se limita a apresentar propostas de aumento (e fazer cobrança eterna para que seja aprovado um Plano de Cargos e Salários). Assim tem sido nos últimos trinta anos.
Alguns setores da Prefeitura dizem que não será surpresa se o prefeito Antônio Aiacyda anexar nos holerites de dezembro ou janeiro, comunicado relatando a queda na arrecadação.