Covid: uma torre de babel

A pandemia do novo coronavírus, pelo que se tem visto e ouvido, ainda vai longe. Diríamos até, muito longe. Quando se imagina que a situação está sob controle, desanda de tal modo que até nações que vacinaram praticamente todas as pessoas, voltaram a registrar altos índices de contaminação e mortes. O exemplo mais recente é o da Rússia. Ou seja, não é só no terceiro mundo chamado Brasil que o terror grassa.

Por aqui segue a guerra surda entre governo, opositores e a mídia panfletária. E um dado chama a atenção: quanto mais se vacina, mais gente morre. Os apressados e ‘entendidos’ certamente tem dezenas de explicações sobre o fenômeno, pouco convincentes é bom que se frise, fruto de experimentos e alquimias de charlatões que, do dia para a noite, se viram alçados à condição de cientistas, infectologistas, imunologistas, enfim, uma gama de curiosos que, desde o início da pandemia, já mudaram de opinião ‘n’ vezes.

O remédio único que receitam é o isolamento social. E seria crível essa assertiva, se os internos em asilos e outras instituições do gênero não registrassem mortes aos borbotões.

A cada avanço da vacina, ondas surgem com novas cepas do vírus. Um círculo vicioso que parece não ter fim. E se depender da imprensa, não vai acabar nunca mais. Quem assiste aos noticiários fica pasmo com o regozijo dos apresentadores, próximos do orgasmo, em anunciar a vitória da Covid sobre os humanos. Afinal, a Covid é transitória ou permanente?

Pelo menos no Estado de São Paulo, a julgar pelas incursões do senhor João Dória nas coletivas de imprensa, não é nem uma coisa, nem outra. Ou melhor, é coisa nenhuma.

A fase de transição de Dória é permanente, porém as cores que identificavam o nível das restrições foram enterradas. Nunca mais se ouviu falar.

A bagunça é tanta, que os municípios agora é que tem o poder de definir o que abre, o que fecha, o que continua, o que volta, ou seja, mecanismos para todos os gostos. O que vale para uma cidade, por exemplo, não serve para o vizinho, a poucos quilômetros.

Cansado de ser espinafrado, Dória resolveu transferir aos prefeitos o desgaste em impor isolamento social.

A Covid é uma “torre de babel”, em que se fala línguas diferentes, enquanto a doença continua a fazer vítimas e, em sã consciência, ninguém sabe explicar.