Corrida eleitoral

Lembro quando passei a entender um pouco sobre esse negócio de coeficiente eleitoral. Acredito que muitos candidatos a vereador entrem na disputa por uma cadeira sem saber a respeito, o que é absolutamente um erro, já que a compreensão do assunto determina quais as chances reais de se conseguir êxito nas eleições.

Coeficiente eleitoral é um dos fatores determinantes para a distribuição das vagas na Câmara Municipal. Conceito fundamental para garantir que a representação política seja proporcional ao número de votos recebidos por cada partido. O coeficiente eleitoral é calculado dividindo-se o número total de votos válidos para a eleição proporcional, pelo número de cadeiras disponíveis, que no caso de Mairiporã são treze.

Para garantir a equidade e a representatividade, os partidos ou federações precisam alcançar o coeficiente eleitoral para obter cadeiras. Aqueles que não atingirem esse coeficiente não terão representantes na Câmara, mesmo que tenham recebido um número significativo de votos. Há também a possibilidade de que vereadores possam ser eleitos pelo método da sobra, que é o processo que ocorre após a aplicação do quociente eleitoral.

Após a distribuição das cadeiras, com base nesse critério do quociente, cadeiras restantes podem ser preenchidas, levando em conta partidos que tenham boas médias de votação. Parece complicado? Eu também acho, caro leitor. Ao menos desta vez, cada grupo político conta com no máximo quatorze candidatos, o que faz com que neste ano tenhamos menos postulantes em relação a pleitos anteriores.

Os candidatos já estão a mil por hora em busca dos votos. Penso que muitas pessoas ainda fazem parte da turma que só vai decidir o voto para vereador no último instante. Vão acordar no dia seis de outubro e se dirigir ao colégio eleitoral sem ter muita certeza do que fazer. Pois é, ainda há bastante gente que não se dá ao trabalho de analisar propostas e então decidir aqueles que vão representá-los.

Eleitores indiferentes e desinformados atualmente me cansam mais que políticos que só prometem. Quando falamos de eleições municipais, para quem gosta de política como eu, este período é sempre muito legal, já que as eleições envolvem interesses locais e a gente cruza o tempo todo com os candidatos e muitos são conhecidos ou próximos, o que dá aquele sabor gostoso da disputa. Adrenalina que aprendi nos tempos das eleições para o grêmio da escola Hermelina e que devo trazer como herança no subconsciente.

Fique de olho, amigo leitor, e procure escolher como escolhe quem entra na sua casa ou entra na sua vida. Não banalize esse direito que muitos sofreram para que tivéssemos hoje. A democracia pode ser sim uma festa e quando se trata da cidade o reflexo é imediato em nosso cotidiano. Quem gosta daqui não pode ser covarde a ponto de escolher o voto de indiferença.

Política é coisa importante e séria e não é só coisa de político. É assunto de quem gosta de onde mora e faz a sua parte para o bem comum.

 

Luís Alberto de Moraes – @luis.alb – Autor do livro “Costurando o Tempo – dos Caminhos que Passei”