Conta que não fecha

Seja no Brasil ou em qualquer outro lugar no mundo, pagar impostos é uma tarefa que ninguém gosta de cumprir. No entanto, é obrigatória. E temos uma das cargas tributárias das mais elevadas do planeta.
O que mais contribui para o crescimento da inadimplência em relação a impostos e taxas, nas últimas duas décadas, é que eles não são revertidos em benefícios à população e não fomentam o desenvolvimento. Mairiporã é um exemplo clássico desse quadro.
O contribuinte certamente se fez a pergunta muitas vezes: por que os impostos no Brasil e na cidade são tão altos? Simples, porque tem que bancar a casta privilegiada de políticos e de seus apadrinhados mamando nos cofres públicos.
Muito particularmente no caso de nossa cidade, a Prefeitura aumenta os impostos sem que a recíproca seja verdadeira, isto é, não há a aplicação das receitas com impostos no dia a dia. Não há retorno.
Agora mesmo a população começou a receber os carnês do IPTU e da Taxa de Lixo para pagamento em 2020. Há casos em que o imposto majorado passa dos 50%, e em muitíssimos casos não há coleta de lixo nem quaisquer outras benefícios que competem ao prefeito, em dotar dezenas e dezenas de bairros da periferia de nossa cidade com benfeitorias.
À exemplo do que ocorre em outros níveis de governo, em Mairiporã a elevação dos gastos públicos é lição aprendida direitinho e colocada em prática com louvor. Se há gastos, especialmente com salários e subsídios elevadíssimos de prefeito e vereadores, também entram nessa conta os vencimentos pagos àqueles que estão de passagem no serviço público municipal, entranhados em cancerígenos cargos comissionados.
Mairiporã patina quando o assunto é desenvolvimento. Quem, depois de 10 ou 20 anos retorna à cidade, tem a sensação de que nada mudou. Sensação que, aos poucos, vira realidade. Li dias atrás reportagem deste jornal sobre a dívida ativa. É um rombo considerável aos cofres da Prefeitura. A questão não é saber em quanto isso importa. Seria mais prudente as autoridades se perguntarem os motivos que levaram a sociedade a não pagar os tributos.
A resposta é simples: basta ver os valores cobrados nos carnês dos impostos e taxas e quantos ‘cidadãos’ mamam no erário mairiporanense. Pelo menos em nossa cidade, essa conta não fecha.