Consumidores buscam alternativas para a carne bovina

O PREÇO da carne vermelha teve uma disparada nas últimas três semanas. Em açougues e supermercados da cidade o quilo da carne de primeira está acima dos R$ 40, como alcatra e contrafilé. No mês passado, segundo gerentes de casas de carne ouvidos pela reportagem, o preço do mesmo corte variava entre R$ 20,99 e R$ 28,99, o que representa uma alta de 40%.
Quem busca pela carne de segunda, como o músculo, também tem se surpreendido com a alta de 52%, já que em outubro o preço médio era R$ 17,40 e nesta semana pode ser encontrada por R$ 27. Diante dos preços mais salgados, o frango tem ganhado mais espaço no prato dos mairiporanenses, mesmo também tendo sofrido reajuste nos últimos dias. O quilo do frango inteiro passou de R$ 5,98 para R$ 9,79, em média, ou seja, quase o dobro.
“Esses dias eu fui no supermercado e estranhei o preço, achei que lá que não estava com o preço bom, mas depois vi que a sobrecoxa realmente estava mais cara. Costumo pagar R$ 8 o quilo e agora já está em R$ 10,50”, destaca a dona de casa Solange Nunes de Oliveira, 55 anos. Ela conta que faz compras semanalmente ou a cada 15 dias e quando encontra alguma promoção leva uma quantidade maior para casa e congela.
Essa alta repentina no preço das carnes em geral, conta Thaís Real Arruda, 35 anos, que é assistente contábil, pegou todos de surpresa. “Um reajuste tímido no fim do ano é comum, mas dessa vez está realmente muito alto e nós estamos fazendo compra diária e sentido esse aumento cada vez maior”, conta. Ela relata que o preço do coxão duro está R$ 35 e o do músculo R$ 25,50, mas pode custar ainda mais, dependendo de onde se compra.
Segundo os gerentes que conversaram com a reportagem, não há como evitar o repasse de preços aos consudmiores, pois o valor da arroba do boi gordo sobe diariamente e é motivado por um conjunto de fatores, em especial a demanda externa (China), queda na produção e o valor do dólar. Disseram ainda que os vendedores dos frigoríficos tem alertados os açougues e supermercados.
A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) informou que além dos chineses, há agora também russos, que estão habilitando cada vez mais frigoríficos brasileiros para exportação, além de países como Turquia e Indonésia que ganham espaço no mercado de carnes brasileiro.
Opções – Para boa parcela de consumidores, mesmo aquela que faz questão de ter carne todos os dias à mesa, os preços ficaram ‘salgados’ demais. A saída é comer mais legumes, ovos, frango ou carne de porco, embora essas carnes também aumentaram de preço.
Outra opção, embora não tão barata, porém mais em conta que a carne bovina, é consumir mais peixes.