Comprometimento sem cumprimento

Via de regra a maioria dos indivíduos se comprometem profissional, financeira, sexual e sentimentalmente, empenham a palavra mas não cumprem o combinado. Dizem tratar-se de uma das características dos brasileiros e que faz parte da cultura, como não cumprir prazos e horários, para ficarmos em poucos exemplos.

Essa falta de comprometimento é elevada às alturas, quando ‘esses indivíduos’ são os políticos. Eles se especializaram, alguns até com PhD, em esquecer o que disseram, o que prometeram. Não são poucas as situações em que as declarações são esquecidas, principalmente se for uma forma de se livrar de problemas ou obter benefícios pessoais, nem que isso signifique a desgraça alheia.

Geralmente essa oportuna ‘amnésia’ aposta na falta de memória das pessoas e até no uso de desculpas esfarrapadas pela falta de comprometimento.

Essa forma de atuar dos políticos é vista em todas as esferas do Executivo e Legislativo e alguns se interessam pelos problemas da cidade, por exemplo, mas sem que isso os obrigue a se empenhar em resolvê-los.

Os políticos de Mairiporã aliam a essa falta crônica de comprometimento a desfaçatez, porém agem com rapidez quando os assuntos lhe dizem respeito, ou seja, são de alçada exclusiva.

A inexistência do comprometimento com a sociedade desemboca na falta de cumprimento, que em última análise significa pôr fim aos problemas, ao menos minimizá-los. Empurrar com a barriga e seguir prometendo é quase um mantra entre os que buscam cargos eletivos. E todos parecem ter frequentado a mesma escola da insensatez.

Em tempos eleitorais é impossível acreditar nos gestos e ações dos agentes políticos. Serão feitos aos montes, mas estão longe de transmitir confiança, certeza de que o que for compromisso, será honrado.