Uma fofoca aqui, outra acolá, uma conversinha de pé de ouvido e caras e bocas diárias. A rádio peão, presente em todas as repartições públicas do País, também existe na Prefeitura local. Com a era digital e dos aplicativos, os funcionários usam o WhatsApp como ferramenta para discutir, cobrar e malhar não só as mudanças no ambiente de trabalho, mas também o que emana do governo municipal.
A fofoca é inerente ao ser humano e cresce à medida que a comunicação interna do patrão (prefeito) com o subordinado é falha. Isto quer dizer que a demora do comando em comunicar decisões e propostas abre brecha para ti ti tis.
Nas últimas semanas todos os servidores, assim como os contribuintes, foram surpreendidos com a aprovação de um projeto que reajustou a taxa de lixo em 40%. Pior, em linhas gerais, o Executivo ficou autorizado, sem necessidade de ouvir a Câmara, a aumentar a referida taxa nos próximos dois anos.
Essa prática por certo vai incentivar o prefeito a reajustar outras taxas, como a da iluminação pública e até quem sabe o IPTU. Tudo em nome dos recursos que poderiam garantir a governabilidade e reduzir a queda de receitas.
Projetos e intenções não são discutidos em público, nem mesmo dentro da própria Prefeitura. Fica restrita ao gabinete do prefeito. A justificativa do reajuste na taxa de lixo não satisfez as dúvidas da população e do servidor municipal e muito tem que ser explicado sobre esse aumento, num momento em que a população está endividada, segundo pesquisas divulgadas pelos telejornais. Também seria de bom tom que nove vereadores, que votaram a favor do aumento da taxa, dessem explicações públicas sobre a leniência praticada.