Cômico, não fosse trágico

O amigo leitor, em relação à política, tenha uma certeza: quando pensa já ter visto tudo dos governantes da cidade eles se superam e vão muito além do que imagina a nossa vã filosofia.
A trapalhada da vez, com pitadas de politicagem eleitoreira, envolve o funcionalismo, tratado como se nada representasse.
Primeiro, a Câmara vota o Plano de Cargos, Carreiras e Salários, na verdade, planos e estatutos, num total de cinco. Cumprimentos efusivos aos senhores vereadores. Na sequência, o que foi aprovado foi devolvido ao Executivo, no caso o senhor prefeito Antônio Aiacyda, cujo intuito era o de sancioná-los.
Tudo ia bem até que o prefeito, que na verdade nunca quis os planos, devolveu o papelório à Câmara, sob o argumento de que o Legislativo passou do prazo, pois um dia antes um decreto do presidente da República, ou da presidência, tanto faz, proibiu qualquer gasto com servidores, alterações salariais, etc e tal, colocando na conta do ano eleitoral.
Com direito a críticas severas, o presidente da Câmara sentiu, e é isso o que deduzi, que era hora de faturar politicamente e sem pestanejar promulgou-os, em face da negativa do senhor prefeito.
Deduz-se desse imbróglio todo o seguinte: 1) há legalidade no ato do presidente da Câmara? 2) o prefeito vai recorrer ao Judiciário sobre o que foi promulgado e que agora são leis? 3) O servidor, como escrevi aqui mesmo neste espaço, pode jogar fora ou é melhor estar prevenido e guardar o nariz de palhaço?
Essa trapalhada é um exemplo pronto e acabado do governo que temos no município.
Seria cômico, não fosse trágico!