Comércio reclama da falta moedas e notas de menor valor para troco

Vale todo tipo de ação: parceria com outros comerciantes, apelos aos clientes e até mesmo reza forte. Isso tudo para que as moedas e cédulas de R$ 2 e R$ 5 voltem a circular no comércio de Mairiporã, pois nos últimos meses desapareceram.
Segundo o Banco Central, a dificuldade, em grande parte, é provocada pela retirada de circulação de moedas metálicas, já que a população tem o hábito de poupar em cofrinhos ou as perde ou esquece em algum lugar. A estimativa é que essa ‘poupança em casa’ seja de 35% do total de moedas circulantes.
Há quem diga, ainda, que o “sumiço” de notas tem origem em ações de lavagem de dinheiro ou de represamento para engordar caixas dois de campanhas eleitorais. Para contornar a escassez dos numerários de menor valor, pessoas que atuam no comércio fazem de tudo para conseguir dinheiro miúdo para fazer troco.
Supermercados – No comércio, quem mais sofre são os estabelecimentos que comercializam produtos de baixo valor, pois pagamentos com cartão de débito e crédito, de maneira geral, são feitos somente para valores superiores a R$ 200,00.
De acordo com gerentes de supermercados ouvidos pelo Correio, principalmente moedas de R$ 0,50 e R$ 1,00 estão com baixíssima circulação. A que mais circula é de R$ 0,25. Já notas de R$ 2,00, R$ 5,00 e até R$ 10,00 estão escassas nos caixas dos comerciantes.
E assinalam que embora a compra através de cartões de crédito e débito esteja em pleno crescimento, a maior parte continua sendo feita em dinheiro. Segundo a Associação Paulista de Supermercados (Apas), os prejuízos com a falta de moedas para troca, em valores reais, podem chegar a mais de R$ 1 milhão por ano em uma rede de médio porte.
A saída encontrada por alguns supermercadistas e firmar parcerias fixas com outras empresas e treinar seus funcionários para a captação máxima de moedas, inclusive com a ajuda de alguns bancos, e com isso facilitar o troco dos clientes. Toda estratégia tem sido utilizada para arrecadar moedas e facilitar o troco dos clientes.
Parâmetros – Segundo o Banco Central, a proporção de moedas em relação ao montante de dinheiro em circulação no Brasil é da ordem 2,9%, índice alinhado a parâmetros internacionais – que variam de 2,3% a 3%. Por meio da assessoria de imprensa, a instituição informou que existem, hoje, 25,7 bilhões de unidades de moedas em circulação (R$ 6,6 bilhões em valor), o que corresponde a uma disponibilidade per capita de 126 unidades por habitante (R$ 32 em valor).
Em 2018, até maio, já havia sido disponibilizado um total de 221 milhões de unidades de novas moedas e 89 milhões de novas cédulas de R$ 2,00 e 60 milhões de novas cédulas de R$ 5,00.
Por meio de nota, a Apas destacou, contudo, que o orçamento disponível para a emissão de moedas no Brasil foi reduzido em mais de 50% a partir de 2014, o que agravou a situação de escassez dos numerários.
Ainda de acordo com o Banco Central, comerciantes com dificuldades para obter troco podem registrar pedido junto à gerência da agência do banco onde mantém conta; contatar o Serviço de Atendimento aos Clientes do banco, se o pedido não for atendido; ou entrar em contato com a associação de classe a qual pertence, que poderá comunicar ao Bacen dificuldade generalizada por meio do e-mail mecir@bcb.gov.br.