Comércio perde 411 mil postos de trabalho em quatro anos

A RECESSÃO econômica vivida de 2015 a 2016, no Brasil, afetou várias atividades, especialmente aquelas ligadas ao comércio. Entre 2014 e 2017, o ápice da crise, 411.881 postos de trabalho e 80.679 empresas do setor foram encerradas no País. Os dados, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no final de junho, demonstram a dificuldade dos empresários em fazer seus negócios retornarem aos níveis dos primeiros anos da década.
De acordo com a Pesquisa Anual do Comércio (PAC), o Brasil tinha pouco mais de 1,530 milhão de empresas desse ramo em 2017, responsáveis por empregar 10,221 milhões de trabalhadores. Os números são inferiores aos alcançados em 2014, quando cerca de 1,611 milhão de empresas geraram 10,633 milhões de postos de trabalho no Brasil, um recuo de 5% e 3,9% no período, respectivamente.
Com o encerramento de mais de 80 mil empresas no país, também caiu o número de lojas no período. A PAC trata esse tipo de negócio como “unidades locais com receita de revenda”. Nesses quatro anos, 61.765 lojas tiveram suas atividades finalizadas no Brasil, uma redução de 3,9%.
No entanto, mesmo diante de tantas empresas fechadas e demissões, a receita operacional líquida do comércio avançou. Segundo o técnico da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Jordano Rocha, o fim do período recessivo e a liberação de saques das contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) fizeram a receita crescer 5,2% no País, atingindo R$ 3,4 trilhões em 2017. Só o varejo registrou perda acumulada (-3%).
Com menos pessoas empregadas ou subocupadas com trabalhos informais, as famílias encontraram menos dinheiro disponível para ir às compras, afetando assim o desempenho do comércio.
Mairiporã – O comportamento do setor comercial na cidade, considerando-se um ano além (2018) do período analisado pelo IBGE, revela que 83 vagas de emprego formal (com carteira assinada) foram fechadas, resultado de 236 demissões e 153 contratações. Os números ano passado foram os que mais contribuíram para o viés negativo, com 147 trabalhadores do setor demitidos.
E o saldo segue negativo agora neste ano, com 21 desligamentos entre janeiro e maio. (* Com informações da Agência de Notícias do IBGE)