Coluna do Correio

FRASE

“A política é a condução dos negócios públicos para proveito dos particulares.” (Ambrose Bierce, escritor e jornalista norte-americano)

 EMERGENCIAL (I)

O Tribunal de Contas do Estado está cobrando explicações do prefeito Aiacyda quanto a supostas irregularidades cometidas na contratação da nova empresa de ônibus que opera no município. O órgão deu 15 dias de prazo para que sejam apresentadas justificativas pertinentes e provas documentais sobre a regularidade da contratação emergencial, pois há risco de se prejudicar os cofres públicos e o interesse geral do município.

EMERGENCIAL (II)

Por trás de toda essa contratação emergencial, feita a toque de caixa, que poucos quiseram falar sobre o assunto, estava a vontade de alguns integrantes do primeiro escalão do governo municipal em tirar a ETM, que há décadas prestava o serviço, por divergências com a diretoria da empresa. Na verdade, picuinhas. E deu no que deu. O prefeito Aiacyda que justifique, agora, que não há irregularidades. Fala aí, prefeito!

PATRIMÔNIO (I)

Depois de quatro anos à frente da Prefeitura, com ganhos mensais de R$ 19 mil, o prefeito Aiacyda, em sua declaração de bens ao Tribunal Superior Eleitoral, apresentou um patrimônio de R$ 80 mil. Numa rápida conta, levando-se em conta que em relação a 2020 ele ainda vai receber os subsídios de setembro, outubro, novembro e dezembro, o prefeito terá recebido, em quatro anos, R$ 947.785,92. Nessa contabilidade, não entra o que Aiacyda recebe mensalmente como aposentado. Na declaração feita ao TSE, no entanto, declarou que seu patrimônio, considerando-se imóveis, veículos, aplicações financeiras e dinheiro em espécie, monta R$ 80 mil. Com essas informações, o leitor tire a conclusão que quiser.

PATRIMÔNIO (II)

Depois de ler a reportagem ao lado, sobre aquilo que os candidatos declararam possuir, o leitor vai concluir que Aiacyda é, de longe, o mais pobrezinho deles todos. E isso, incluindo também os vices. Matemática e aritmética na política brasileira são matérias difíceis de aprender, mas fáceis de lidar no dia a dia.

NÚMEROS MENORES

Terminado o prazo para registro de candidatos, constatou-se que em Mairiporã o partido Solidariedade (SD) ficou fora do baile. Não terá candidatos a prefeito e nem a vereador. Com isso, caíram os números de postulantes ao Palácio Tibiriçá, de 7 para 6, e daqueles que disputam as 13 cadeiras da Câmara: de 252 passou para 236. Mesmo assim, há candidatos para todos os gostos: de esquerda, de direita, de centro, de coisa nenhuma.

COMPOSIÇÃO

Com a definição dos candidatos a prefeito e o começo do período eleitoral, a configuração de forças na atual formação da Câmara se manteve. O candidato Aladim (PSDB) segue com o maior número de aliados, sete vereadores, embora um deles tenha desistido de disputar a reeleição. O atual prefeito continua com seis parlamentares, mas na prática esse número é um pouco menor, pois pelo menos dois estão com os pés em canoas diferentes.

FAKE NEWS (I)

Como era esperado, tão logo foi dada a largada para a propaganda eleitoral, uma enxurrada de falsas publicações (fake news) na internet, foram espalhadas. Que o leitor e eleitor não se deixem enganar: embora considerada uma cidade pequena, quando se trata de política suja, imunda, cujo ápice foi nas eleições de 2016, Mairiporã pode se colocar entre as grandes. E agora em 2020 parece que a fórmula vai se repetir.

FAKE NEWS (II)

Além das agressões infundadas, a internet também se tornou o endereço de pesquisas falsas. As mais recentes que ganharam as redes sociais, afirmam que em Mairiporã o número de eleitores que não sabe em quem votar ou que não vai votar, é praticamente zero. Algo nunca visto em eleição alguma, em lugar algum do mundo. Nessa marcha, teremos mais votos que eleitores.

SONÍFEROS

A venda de soníferos na cidade tem registrado altas constantes. O uso do medicamento tem sido feito com maior assiduidade que o normal pela horda de vagabundos instalados em cargos comissionados no serviço público municipal. Quanto mais a eleição se aproxima, maior o consumo de estimulantes que evitam a insônia. Perder a boquinha e o alto salário leva a esse quadro. O medo dessa gente, no entanto, não é ficar sem o cargo e o salário, é ter que trabalhar para se sustentar.

TROCO

O funcionalismo público municipal, especificamente aquele formado por concursados, deve se lembrar da forma como foi tratado ao longo dos últimos quatro anos por prefeito e vereadores. A hora de dar o troco é na eleição.

CALADO

O presidente da Câmara foi cobrado publicamente, por esta coluna, a falar sobre o Plano de Cargos, Carreiras e Salários do funcionalismo público municipal, que sancionou depois da recusa do prefeito, mas até o momento se fez de desentendido. Afinal, haverá ou não recursos para bancar as mudanças?

SEM RÚBRICA

Nos dois andares do Palácio Tibiriçá, as apostas indicam que não haverá rubrica (dinheiro) no Orçamento para o ano que vem destinada a bancar o Plano de Cargos dos Servidores. O prefeito Aiacyda também não pagou os 4% de reajuste inflacionário de 2016, herdado de seu antecessor. A verdade é uma só: prefeitos e vereadores tratam o funcionalismo como cidadãos de segunda classe.

JOGO DE CENA

Os vereadores devem discutir e votar, na semana que vem, projetos que fixam subsídios (salários) para os vereadores, presidente da Câmara, prefeito, vice-prefeito e secretários, a vigorar a partir de 2021. Na verdade é jogo de cena, politicagem barata dos senhores edis, aproveitando o período eleitoral. Deixaram para posar de bonzinhos e ‘atentos fiscais’ do povo justamente após o início da campanha eleitoral. Por que não fizeram antes? E tudo na maior cara de pau. Os salários serão os mesmos de hoje, válidos pelos próximos quatro anos.