Coluna do Correio 9/2/2017

FRASE
“Dura é a luta contra o desejo, que compra o que quer à custa da alma.” (Heráclito, filósofo turco considerado o ‘pai da dialética’)

CÂMARA
Depois de exatos 46 dias de férias (nenhum trabalhador brasileiro tem direito a isso) os 13 vereadores retornaram às sessões legislativas na terça-feira. Durante esse período ninguém notou a falta dos senhores edis, que desapareceram da mídia e alguns até da cidade. Para completar o ‘tão pouco tempo de dolce far niente’, eis que chegou o Carnaval.

NÃO FORAM
Um velho dito popular é sempre usado para ilustrar ‘n’ situações: “A volta dos que não foram”. E foi exatamente isso o que ocorreu com o vereador Alexandre Boava (PPS) e o suplente Fernando Rachas (PMDB). Reza a lenda que Boava iria deixar sua cadeira para Fernando, em troca de uma administração regional. Ocorre que, mas, contudo, porém, todavia, um vereador só pode deixar a função se for para ocupar cargo de agente político (leia-se secretário municipal). Como não era o caso e a concretização do ato poderia lhe custar o mandato, Boava recuou e ficou o dito pelo não dito, ou seja, segue vereador e o suplente permanece como tal.
INCONTIDA
Aquele parlamentar que havia comemorado o afastamento de Fernando no final do ano passado, mas que ficou triste com o troca-troca que acabou não acontecendo, voltou a sorrir. Dizem alguns, que às gargalhadas. A tal da alegria incontida.
CALADO
Com relação ao requerimento com oito perguntas sobre o Hospital Anjo Gabriel, que faria na primeira sessão deste ano, o vereador Gusto ou teve um surto de bom senso, ou deu ouvidos a alguma pessoa sensata, ou apenas prorrogou a conversa para outra oportunidade. Fato é que não tocou no assunto na volta aos trabalhos legislativos. E se tiver um lampejo que seja de inteligência, deve permanecer calado.
CHAPÉU
O prefeito, ciente de que não vai cavar nenhum tostão da Caixa Econômica Federal (CEF), que enfrenta uma série de escândalos e demissões de vice-presidentes, resolveu mudar de banco para passar o chapéu. Ao invés dos R$ 10 milhões que pretendia da CEF, agora pede R$ 5 milhões ao Banco do Brasil (BB). Seria oportuno o prefeito saber que o BB não empresta dinheiro se receitas tributárias forem dadas como garantia. “Compricado né!”
SINDICATO
O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mairiporã ainda não trouxe a público se já elaborou e entregou ao prefeito a pauta de reivindicações de 2018, que dentre outros pedidos, deve conter o aumento real de salário, o repasse da inflação no período e os percentuais que ficaram congelados relativos a 2015 e 2016. A data base é, ou pelo menos era até o ano passado, 1º de fevereiro. Os servidores efetivos também precisam dar uma forcinha e botar a boca no trombone para defender seus interesses.
REGRA
Virou regra no governo Aiacyda omitir informação que envolva as secretarias da Saúde e Desenvolvimento Social. A primeira não vem a público informar casos de dengue, zika e chikungunya, e só o fez em relação à febre amarela porque a situação saiu de controle. Quando cumpre com o dever de imunizar a população através de vacinas, também não divulga a quantidade de pessoas vacinadas. Isso também ocorre com a vacinação antirrábica. Quando Glauco Costa foi secretário da Saúde, todas as informações eram enviadas aos veículos de comunicação. Muitas vezes, a contragosto do prefeito, que tem horror à mídia. No caso da secretaria do Desenvolvimento Social, cuja titular é mulher do alcaide, nunca foram divulgados os totais de doações das campanhas de agasalho. Aiacyda precisa rever esse posicionamento.
ACESSIBILIDADE
A questão incomoda e preocupa não só os pedestres, mas também os comerciantes. A dificuldade de se caminhar pelas calçadas do centro e de muitos bairros é flagrante. Há locais em que o pedestre necessita andar pela rua porque encontra inúmeros obstáculos sobre o passeio. Há de tudo: buracos, degraus, desníveis e sujeira. O risco de acidentes é grande e, não raro, eles acontecem. Quem padece mais são os idosos e os portadores de necessidades especiais. O mínimo que a Prefeitura deveria fazer era arrumar as calçadas.
PESQUISA
A tal pesquisa em que o ex-vereador Aladim aparece com pelo menos 15 mil votos na disputa por uma vaga de deputado federal, teria sido encomendada por pessoa de Franco da Rocha. Não é difícil imaginar, se verdadeira a informação, quem foi que contratou?
FILIADOS
De acordo com dados oficiais do Tribunal Superior Eleitoral, dos 60.040 eleitores mairiporanenses, 7.190 estavam filiados a partidos até dezembro do ano passado. O PMDB, embora sem representatividade política na Câmara, lidera o ranking com maior número de filiados. Os filiados respondem por 12% do total do colégio eleitoral, que tem 29.079 homens e 30.907 mulheres. Destes, 191 são do sexo masculino menores de 18 anos e 209 do sexo feminino, também menores de idade.
OSS
Centenas de cidades paulistas estão licitando a contratação de OSS (Organização Social em Saúde) para administrar não só hospitais municipais, mas também todo o setor da Saúde nos municípios. Mairiporã, como sempre, anda na contramão. Tem um hospital novo, moderno, com amplas instalações, fechado e servindo de depósito. A conversa do prefeito, de que não tem dinheiro para contratar uma OSS e oferecer melhor e digno atendimento aos que dependem exclusivamente da saúde pública, com o perdão da má palavra, já encheu o saco.